Certa vez, uma amiga me contou a seguinte experiência: ela e a filha estavam plantando. Compraram terra nova, vasos novos para as sementes que tinham ganhado. A filha encheu um vaso com terra nova e semeou. A minha amiga ficou com pena de descartar a terra que já tinha em um vaso e a utilizou, misturando-a com um pouco de terra nova, e semeou. Um tempo depois, no vaso da filha nasceu um broto lindo de pimenteira (a semente plantada), já no vaso dela, muito mato e ervas daninhas, mas nada de a semente brotar. O tempo passava, a planta da filha crescia e a dela nem brotou.
Desta pequena história tirei uma lição para minha vida: se quisermos plantar algo novo em nós, a terra tem que ser fértil e nova; em terra velha, pobre em nutrientes, nada de bom cresce.
Fazendo uma comparação da terra com a mente humana, essa analogia ganha muito sentido. Uma mente pobre, povoada de pensamentos destrutivos, como tristeza, amargura, soberba, raiva ou rancor, não leva seu dono por bons caminhos e não aceita facilmente uma boa semente. Os pensamentos de bem, quando chegam a uma mente nessas condições, não se fixam: entram e saem em seguida porque não encontram guarida naquela mente cheia de coisas sem serventia.
Ao contrário, uma mente que contém nutrientes saudáveis, como boa vontade, alegria, docilidade, compreensão, tolerância, está muito mais receptiva e apta a receber uma boa semente, germiná-la e dar frutos.
Será que estou preparando minha mente para receber pensamentos novos? Abro espaço nela para os receber? Que pensamentos povoam minha mente? São construtivos e positivos ou indiferentes, inertes e negativos?
E como tenho recebido os pensamentos de pessoas próximas a mim? Reflito se são construtivos ou deixo-os entrar em minha mente?
Carlos Bernardo Gonzalez Pecotche, escritor, pensador e humanista, disse certa vez:
Se a mente que alenta a vida de um ser é pobre de recursos, por carecer ele de conhecimento e cultura, os pensamentos serão de igual natureza; mas, se estes procriam em mentes cultivadas e recebem adequada instrução, enriquecerão ao mesmo tempo a vida, colaborando na edificação de um novo e melhor destino.
Quero que minha mente seja terra fértil! Estou aberta a trocar o velho pelo novo, mas isso não significa que não estou atenta a esse “novo” que se apresenta. A novidade há que ser analisada e avaliada, permitindo que o pensamento superior se faça presente em benefício da alma e do espírito do ser humano.