Quantos de nós já não nos perguntamos repetidas vezes: por que isso aconteceu comigo? Por que eu? O que fiz de tão errado?

A busca pela resposta era geralmente ainda mais sofrida. Algumas vezes doía até mais do que a própria dor do acontecido. Vinha aquela sensação de injustiça divina ou de culpa atormentadora.

Ver nos acontecimentos adversos da vida o castigo pelos possíveis erros cometidos ou uma injustiça divina foi, durante bom tempo, a única resposta que eu conseguia encontrar. O que restava disso tudo: incapacidade de fazer qualquer coisa para mudar aquela sensação terrível de incapacidade, de culpa, de merecido castigo ou de injustiça divina…

Por quê? Porque dentro de mim ainda prevalecia aquela ideia infantil de que havia um Deus que vigiava meus erros e me castigava. Um fiscal insensível, um pai incoerente com tudo o que eu pensava de como deveria ser um verdadeiro pai. Quanto mais um pai divino, superior!

Consequência? Desalento. Falta de energia para enfrentar a luta, pois o fracasso era garantido.

E aí vem a grande descoberta: o universo não físico, à semelhança do universo físico, é regido por Leis tão reais quanto as Leis da Física. Conhecer essas Leis Universais – expressão clara da Vontade do Criador – à semelhança do que fazemos hoje com as Leis da Física, é o que nos habilita a manter-nos sob sua proteção.

O que nos impede de pular do alto de um edifício, sem um paraquedas ou alguma proteção extra, se não queremos morrer? O conhecimento da Lei da Gravidade, dentre outras.  Além disso, usamos esse conhecimento e outros tantos para fazer o avião voar. As Leis que regem a realidade não-física do ser humano atuariam de maneira semelhante: conhecê-las e saber utilizar seus princípios com inteligência e sensatez nos permitirá voar cada vez mais alto.

O que podemos fazer então com as duras experiências da vida, das quais ninguém está imune? Se, em vez de buscar o porquê, saímos em busca do para quê, provavelmente encontraremos em cada desafio um motivo de aprendizagem, de estímulo, de alegria e de energia por nos sentirmos capazes de sair daquele momento sofrido um pouco melhores, mais conscientes e dando mais valor às oportunidades que a vida nos oferece e que desperdiçamos sempre que esquecemos de “colocar os problemas dentro da vida” e acabamos por “colocar a vida dentro dos problemas”.

Além disso, sentir-se capaz de aprender, de saber, de sentir, de ser algo mais do que se é torna a vida mais feliz e grata.  E a verdadeira gratidão é o que nos fará merecedores de novas alegrias, de novos motivos de felicidade, ainda que seja em meio às lutas que fazem parte da vida mesma.