Desde pequena sinto um enorme gosto pela leitura! Recordo-me dos volumes que as professoras da escola pública onde eu estudava me ofereciam nas férias. Recordo-me das lombadas, dos títulos e dos autores, das histórias e do enorme encantamento que eu experimentava. Mas nem sempre foi assim…
Como eu era das mais quietas da classe, não me queixava de receber os livros mais volumosos, mas julgava ser incoerente ou injusto. O que eu não conseguia perceber ainda era a atuação docente de minha professora, que, com sabedoria, me introduzia cada vez mais no universo mágico da literatura, que teve sua importância nos tempos que se seguiram.
Em minha adolescência os livros continuaram presentes. Eram meus amigos e parte da minha família. Minha modalidade introspectiva me ajudava a imergir naquelas histórias e, com frequência, me admirava a capacidade de alguns autores em apresentar com habilidade os fragmentos da alma humana, traduzindo realidades minhas, internas, que eram tão difíceis de explicar com precisão. Como gostaria que outras pessoas também se deleitassem com eles!
Hoje, em idade madura, sou consciente do grande amor que nutri pelos livros. Deixaram-me um legado impresso na alma, contribuíram com minha formação. Alguns alimentaram de forma exagerada a imaginação, favorecendo as distrações naturais de adolescente. Outros me apresentaram a beleza da capacidade humana, mostrando-me a inteligência em vários campos do conhecimento. Posso dizer que todos os livros, cada um na sua medida, contribuíram com minha formação.
Mas posso afirmar que os livros fizeram mais, mantiveram em mim uma chama acesa das mais importantes, talvez vital: a inquietude.
Inquietude é aquilo que me faz querer aprender sempre, buscar conhecimentos verdadeiros. É a chama que me preserva de armadilhas da vida. É a que dá energia ao meu espírito na busca do conhecimento e que me dá confiança, em mim mesma e nos demais.É a chama que me conduziu a uma escola especial, a Fundação Logosófica, onde pude, através do estudo e aplicação da ciência que difunde, a Logosofia, atender aos interesses mais íntimos e queridos do meu espírito.