O erro pode ser um princípio de acerto? Será que aprender com o próprio erro também faz parte do processo de evitá-lo no futuro?
Certa vez, eu estava trabalhando e um grupo de amigos me chamou para ir a um evento que aconteceria algumas horas mais tarde. Aceitei o convite na hora! Pensei: aproveitarei a oportunidade e amanhã termino a tarefa profissional. Juntei meus pertences e fui me encontrar com eles.
Quando estávamos no caminho, eu estava dirigindo e conversando com meus amigos, acabei me distraindo e cometendo, sem necessidade, uma infração de trânsito.
Após alguns dias, recebi a notificação da multa em casa. Os pontos que eu receberia na carteira seriam suficientes para atingir o limite permitido, e eu provavelmente precisaria cumprir um ano de suspensão, sem poder dirigir.
Tive algumas reações internas negativas, pois, por motivos profissionais, frequentemente realizava visitas técnicas em outras cidades do Brasil, e dirigir era essencial para a manutenção do meu emprego. Fiquei preocupado.
Mas nada acontece na vida por acaso ou “porque sim”…
Naquela semana, estudei um ensinamento logosófico que afirmava que o ser humano deve colocar os problemas dentro da vida, e não a vida dentro dos problemas. Fiquei refletindo sobre a verdade contida nessas palavras e observei que poderia viver aquela experiência interna de forma consciente.
As possíveis consequências daquele fato poderiam me trazer alguns prejuízos, mas minha vida é muito maior do que isso. Mesmo que pareça difícil, é justamente nesses momentos que precisamos dar aos problemas a importância e a proporção que eles realmente têm.
Após retomar a serenidade e o equilíbrio internos, perguntei a mim mesmo: o que essa experiência quis me ensinar? Eu poderia me servir dela para extrair elementos úteis para a minha vida?
Entendi que, se errei, é justo que arque com as consequências. Mas tenho aprendido, com o estudo logosófico, que o erro deve ser tratado como princípio de acerto. Também aprendi que o primeiro passo seria não voltar a errar quando me encontrasse em uma situação semelhante.
A atenção é sinal de consciência, enquanto a distração da mente pode trazer consequências negativas para a minha vida. Além disso, ao evitar repetir um erro, eu me torno dono do meu próprio destino.