Mais do que pretender encontrar a paz ao meu redor, devo conquistá-la antes de tudo dentro de mim. Digo isto porque, em alguns momentos da vida, podemos estar nos debatendo com compreensões pequenas, egoístas e mesquinhas a respeito de tudo o que nos cerca, esperando que um ambiente mental mais equilibrado surja de outrem. Tenho compreendido que, na busca de conhecer-me — que é o que a Ciência Logosófica propõe —, colocando mais luz em meu entendimento, posso eliminar gradativamente as desinteligências, contradições e desacordos presentes em mim. Refiro-me a conceitos que retenho e que não reviso, por não estar consciente deles. Estes conceitos, porém, são a causa desses estados internos que, longe de deixar-me tranquila e confiante, podem manter-me em constante desassossego.
Vivi situações em minha vida que se encaixam nesse quadro. Algumas são possíveis de serem resolvidas em curto prazo, por meio da busca de novos elementos ou capacidades. Outras necessitam de um maior período de preparo, além de esforços contínuos, durante um tempo que nos parece longo demais. Porém, tenho aprendido que devo ter a paciência necessária para a resolução de cada processo, ainda que, às vezes, este tempo requerido não esteja claro ao meu entendimento.
Existem também outros processos que não se resolverão e que devemos aceitar como algo inerente à vida e à própria experiência humana. E, quando a abnegação nos conduz a essa compreensão, resgatamos a serenidade e a paz internas, pois diante do imutável não se pode lutar, mas sim procurar compreender as grandes razões que estão por trás daquilo que nos cabe viver. Resta-nos acolhê-las em nosso interno e vivê-las da forma mais feliz possível; esta, para mim, tem sido a grande conquista. Portanto, empreender tal tarefa pode levar-nos a ser o elemento que inspira paz no meio em que vivemos e não o contrário — aquilo que nos leve a aguardarmos que qualquer efeito ou mudança positiva provenha do mundo que nos cerca, exceto de nós próprios