Já convivia com muitas plantas há anos. Na minha infância, mal alcançava com a ponta dos pés o peitoril da varanda e já cultivava várias mudas de feijão e de milho. Vibrava de alegria por ser responsável pela vida de duas ou três plantinhas que cresciam em latas de leite em pó!
Aquelas plantas conviveram comigo durante anos. Às vezes, eu as olhava e admirava, não somente por sua beleza, mas pelo exemplo com que desempenhavam sua função. E me faziam refletir sobre o que eu precisaria fazer para me tornar digna de ser humana.
O pequeno horto da varanda não conhecia avencas. Aquelas eram muito especiais – especiais porque eram minhas! Uma senhora muito querida me deu. O presente foi em retribuição a um gesto afetuoso da minha parte. Seu ato de dar foi tão espontâneo! Irmanado ao meu jarrinho, estava o afeto daquela senhora.
O que eu recordava, ao olhar para ele? Muitas qualidades! Para mim, desde então, as avencas representam a simplicidade. A delicadeza de seus ramos parecia querer me dizer: “Fui criada para fazer brotar nas pessoas sensações ternas!”
Quando coloquei o jarrinho entre os grandes vasos de samambaias, cheguei a pensar que minha plantinha não viveria por muito tempo – tão pequenina, parecia-me frágil demais!
E o tempo passou… Minhas avencas cresceram, e seus tenros ramos se entrelaçaram, ocupando toda a superfície do pequeno jarro, que tinha alguns furinhos nas laterais. Elas nasceram por todos os lados, formando uma linda “bola verde” na minha varanda! Quanta fortaleza eu percebia expressa nos seus delicados ramos! Quanta potência se revelava em sua suposta fragilidade!
Hoje, transcorridos tantos anos, mantenho viva em mim a imagem de minhas avencas. Uma imagem que vem crescendo em meu ser, favorecida pelos estudos de Logosofia, que me ensinam a olhar o mundo ao meu redor e a valorizar tudo o que ele contém, a dedicar atenção às pequenas coisas e a tentar decifrar a sublime mensagem que elas encerram.
Busco seguir o exemplo de minhas eternas avencas, que me inspiram a cultivar a delicadeza dos nobres sentimentos e a firmeza suave do ideal de ser melhor, características que refletem a minha natureza feminina!
Helena Maria Abreu Freire E.Souza 
Brendon Ribeiro 
