Comportamento

Dá para mudar o mundo?

dezembro de 2025 - 3 min de leitura
Comportamento

Dá para mudar o mundo?

dezembro de 2025 - 3 min de leitura

Quem já teve a sensação de ter nascido na época errada? Ou no mundo errado? Parece estranho, mas, logo no início da minha adolescência, essa foi exatamente a sensação que eu tive. Era como se eu não me enquadrasse neste mundo; não me sentia à vontade após minhas primeiras – e apenas superficiais – observações sobre a realidade ao meu redor.

 

Claro que havia, e ainda há, muitas ilusões e conceitos equivocados nas minhas observações. Mas muitos aspectos que eu já observava naquela época tenho, hoje, a convicção de que são, de fato, erros e equívocos que a humanidade vem cometendo. 

 

Em função das minhas dificuldades em me adaptar a esse modo de vida que, para mim, continua sendo estranho, vivi muitas lutas. Um exemplo disso, de que me lembro bem, foi em relação ao namoro. Eu queria encontrar uma namorada de quem eu gostasse de verdade, e não ter o maior número de namoradas possível, como era comum na vida “amorosa” de muitos colegas. Além disso, não me sentia bem em desagradar meus pais, pois sabia que os magoaria caso eu agisse como a maioria. 

 

Uma vez, pouco antes de prestar vestibular, deixei de ir a uma festa de 15 anos que seria, até então, a mais chique da cidade. Não fui simplesmente porque eu teria aulas preparatórias na manhã seguinte. Para meus colegas e alguns parentes, essa escolha não fazia o menor sentido. Mas, para mim, fazia.

 

Por pensar de maneira um pouco diferente, nunca cheguei a perder os verdadeiros amigos. Naturalmente, eu me afastava daqueles que seguiam um caminho muito distinto do meu. Ainda assim, a impressão geral que eu tinha era a de estar dentro de um rio, remando contra a maré. Muitas vezes, não tive as defesas mentais necessárias para deixar de fazer aquilo que sentia como errado.

 

Hoje, ao contrário, com os conhecimentos logosóficos que tenho adquirido, venho reunindo as defesas internas necessárias para conduzir minha vida de forma a contribuir, cada vez mais, com minhas mais nobres aspirações: ser melhor e contribuir com o mundo ao meu redor.

 

A sensação de estar vivendo na época errada já não existe. Quero ser melhor, quero transformar em mim o que ainda não me agrada, poder ajudar verdadeiramente as pessoas a serem melhores e a não repetirem sempre os mesmos erros.

 

Estou comprovando que minha verdadeira posição interna deve ser a de colaborador no mundo. Para isso, são necessários conhecimentos elevados que me ajudam, primeiro, a me conhecer melhor para, então, dispor de recursos para auxiliar os outros.

 

Portanto, não existem fórmulas mágicas. Existe, sim, um caminho feito de muitos esforços – e jamais imaginei que seria possível viver algo tão belo.

Quando, por falta de conhecimentos, o homem não é capaz de compreender certas desgraças que acontecem a seus semelhantes, experimenta dentro de si um grande sofrimento. Isto ocorre porque não tem defesas internas que o imunizem contra o mal que, assim como chega aos demais, pode chegar até ele. A ação vital da Logosofia consiste, precisamente, em ensinar a todos a ser conscientes de sua própria existência, para que não vaguem como sombras pelo mundo, à mercê das mil circunstâncias adversas que, continuamente, os cercam por toda parte. Quem se dedique a seu estudo deve ser diligente e estar atento a todos os movimentos que ocorram ao seu redor; deve saber fixar uma norma em suas atuações e não se esquecer jamais que entrou em uma atividade que para ele tem que constituir o todo de sua vida. Dessa maneira, fará com que ocorra nela uma notável mudança, devido à própria ação dos pensamentos que foi ordenando e disciplinando.
Introdução ao Conhecimento Logosófico

Introdução ao Conhecimento Logosófico

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Um pensamento de

 Marcelo Silveira Fonseca
Marcelo Silveira Fonseca nasceu em Divinópolis - MG, é casado e possui 2 filhos. Graduado em economia pela UFMG e empreende no mercado financeiro. Estuda e é docente da Fundação Logosófica em Belo Horizonte desde 2012.

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