Tudo seguia normalmente na vida de um grande amigo até que, em uma consulta médica rotineira, ele descobriu um grande tumor maligno. A cirurgia era inevitável.
A cirurgia foi feita, mas não foi bem-sucedida, comprometendo gravemente suas atividades físicas.
O mundo parecia ter desabado. Ele não poderia mais sair sozinho na rua e, muito menos, exercer a sua tão amada profissão.
Os amigos começaram a se afastar, enquanto alguns poucos o procuravam para oferecer consolo. Sua condição piorava, e o pensamento de vitimização tomava conta: “Por que comigo?”. Ele deixou de fazer a barba e não conseguia mais assistir à TV.
E eu, como amigo, o que poderia fazer para aliviar seu sofrimento?
Recorri à Logosofia, uma ciência que oferece recursos para enfrentar todas as situações da vida. Eu já havia experimentado esses recursos em minha própria vida e sabia da eficácia deles.
Liguei para ele e pedi que me recebesse. Disse que queria apenas conversar, como fazíamos de vez em quando, mas que também gostaria de falar sobre o que ele estava vivendo, se estivesse disposto.
Quando cheguei, fiquei chocado com o que vi. Tive que fazer um esforço enorme para disfarçar meu abatimento e não o deixar ainda mais deprimido. Mas, movido por querer ajudá-lo, senti uma onda de estímulos positivos dentro de mim. Confiava na força dos recursos que tinha aprendido com a Logosofia. Sabia que eles poderiam ajudar, como já haviam feito tantas vezes antes. Era a hora de compartilhar esse bem.
Após conversarmos sobre diversos assuntos, pude sentir sua angústia e medo. Era como se eu estivesse conectado à sua dor. Nesse momento, uma força interior impulsionou-me a falar.
Mudei de lugar no sofá, aproximei-me dele e, do fundo do meu ser, disse:
“Meu caro, você sabe o quanto eu gosto de você. Não vim aqui para dar tapinhas nas suas costas ou lamentar o que aconteceu. Vim falar de recursos que tenho usado para transformar a minha vida, e quero que você preste muita atenção. Um desses recursos é um verdadeiro poder: o poder da adaptação”.
A adaptação é uma Lei Universal. Seu princípio é claro: diante de qualquer nova situação, o ser adapta-se inteligentemente ou sofre. Não há meio-termo. Você escolhe: vai se adaptar à nova realidade ou continuar sofrendo?”
Ele me olhou, surpreso: “Como vou conseguir me adaptar a essas condições?”, perguntou.
Respondi que refletisse. Ainda havia muita vida pela frente. Reforcei: “Você é inteligente o suficiente para identificar e buscar os recursos que permitirão sua adaptação plena.”
Foi o que bastou. Dei-lhe não apenas os recursos, mas a chave: ele tinha a capacidade intelectual para se adaptar!
Lembro-me como se fosse hoje. Em um segundo, ele compreendeu profundamente o que eu dizia, sentindo o afeto genuíno por trás de minhas palavras. Deu um salto, pegou o telefone e, usando seus contatos e conhecimentos, ligou para um técnico em informática para adaptar seu computador e, logo em seguida, para um médico especialista na deficiência que lhe acometia.
A alegria que me invadiu ao presenciar essas cenas foi indescritível. Ele se levantou, abraçou-me com força e disse: “Você salvou minha vida. Eu já estava pensando no pior”.
Levou um tempo para se adaptar à nova condição, mas estava determinado e cheio de confiança. Hoje, ele desenvolve suas atividades profissionais de forma adaptada, com o mesmo brilho — e até de maneira aprimorada.
Conceitos como esse têm o poder de transformar nossas vidas. Nos tornam mais valentes e capazes de entender que todos estamos sujeitos às adversidades. Mas, se elas ocorrerem, temos os recursos não apenas para superá-las, mas também para aprender e crescer com elas.