Uma das coisas que mais me encantaram na Logosofia, desde o início dos meus estudos, foi o conceito de luta. Foi uma surpresa ver o autor desta ciência colocando a luta numa posição tão elevada, pois eu estava acostumada a considerá-la algo indesejável e desagradável, que deveria ser evitado a todo custo. Até então, não me havia ocorrido a possibilidade de que a luta fosse positiva. Mas a minha relação com ela mudou quando passei a compreender a bela função que desempenha na nossa existência.
O autor da Logosofia apresenta a luta como uma realidade tão essencial que ele chega a incluí-la na categoria de lei, afirmando que “luta é a lei da vida”. Esta frase se tornou inesquecível para mim. É uma das premissas que me guiam, auxiliando-me em muitos momentos. E um dos meus ensinamentos preferidos sobre este tema diz que a luta não deve ser encarada com pessimismo, pois é a própria vida cumprindo seu papel ante os fins da evolução. Foi a partir do contato com esta nova concepção que passei a entender que não havia motivo para fugir das situações que me convidavam a lutar.
Observei que a minha postura anterior, de não ver com bons olhos as lutas que eu precisava enfrentar, se devia à falta de conhecimento sobre os proveitos que elas me proporcionavam. Eu me detinha apenas na parte do esforço, deixando de perceber os resultados que colhia do empenho dedicado a algum objetivo. Ao revisar a minha própria história, com a nova lente que a Logosofia me deu, identifiquei que tinham sido justamente as lutas as responsáveis pelas minhas conquistas, aptidões e habilidades.
Sinto que um dos grandes segredos para ser feliz é possuir essa compreensão. Quando eu via a luta como uma vilã, uma inimiga, os dias eram mais duros. Mas já faz muitos anos que tenho podido desfrutar da calma, da alegria e da gratidão, mesmo em meio às dificuldades encontradas no caminho. Isso porque aprendi a olhar além das aparências, e a viver com mais consciência. Quando não está claro que a finalidade da vida é evoluir, podemos perder as oportunidades que nos rodeiam para desenvolvermos nossos potenciais. E uma crença que causa muitas perdas é pensar na luta como um incômodo.
As atividades diárias, seja na área profissional, social ou familiar, carregam desafios e problemas que podem ser recebidos de duas maneiras: com desgosto ou com entusiasmo. O conceito logosófico de luta tem me concedido a prerrogativa de transformar tudo o que me acontece em experiências instrutivas, por meio das quais busco o meu aperfeiçoamento humano, compreendendo-me como um ser bio-psico-espiritual.
