Ao utilizarmos um GPS para chegar a algum destino, temos três opções de rota: a mais fácil, a mais curta, e a mais rápida. A rota mais fácil nos direciona para o caminho mais conhecido, com avenidas e ruas movimentadas, ou seja, o caminho mais utilizado pelos motoristas. Já a rota mais curta nos leva por atalhos, nem sempre seguros e confiáveis, onde um motorista inexperiente poderia se perder, desviando-se de seu destino. Por último, a rota mais rápida é a que avalia as condições de trânsito nas diversas vias, oferecendo o benefício de levar menos tempo até o destino, ainda que passando por um caminho mais longo.
Por muito tempo, eu conduzi minha vida sem um objetivo claro ou um destino certo. Cumpri com todas as ‘paradas obrigatórias’ da viagem, como o ensino fundamental e o médio e, por último, o curso superior. Chegando ao final da faculdade, percebi que a partir dali não havia mais ‘paradas obrigatórias’ e comecei a sentir-me perdida, como um motorista sem GPS. A rota que meus colegas e familiares vislumbravam para mim era a rota mais fácil, trilhando o caminho mais conhecido para os profissionais da minha área, mas eu sentia dentro de mim que essa não era a rota que eu queria seguir. Quando pensava no destino onde queria chegar, as dúvidas e incertezas eram maiores ainda. Por que estudar e trabalhar? Qual o objetivo de tudo isso?
Como eu poderia saber qual a melhor rota se não tinha nenhum destino em mente?
Como estudante de Logosofia, percebi que precisava investigar o que estava acontecendo dentro de mim. Identifiquei um temor diante da incerteza sobre o que viria pela frente, além de uma insegurança muito grande, por não saber qual a melhor rota a seguir. Havia também uma expectativa muito elevada dos demais sobre o caminho profissional que eu iria percorrer, e eu não queria desapontá-los. Para vencer esse temor e insegurança, eu precisava pensar sobre qual destino eu queria para minha vida, além de não tomar uma decisão baseada unicamente no que os outros desejavam para mim.
Percebi que a profissão deveria ser uma parte importante da minha vida, mas não poderia ser tudo. Além de me tornar uma boa profissional e possuir recursos financeiros suficientes para uma vida equilibrada, eu também gostaria de ter tempo para minha família, tempo para dedicar às coisas que gosto de fazer, além de poder ajudar meus semelhantes.
Para alcançar tudo isso no futuro, precisava então escolher a rota mais rápida, que significava passar por um caminho mais longo, mas que seria mais eficaz na condução da minha vida até o destino que almejava.
Hoje, ainda percorrendo a rota escolhida, percebo como foi importante conhecer o que tenho dentro de mim para tomar uma decisão relevante como essa. Saber quais são meus temores, incertezas e o que quero alcançar para minha vida, não só no aspecto da profissão, permitiu que eu tomasse uma decisão mais consciente. Ou seja, optei pelo caminho mais longo, sabendo de todas as suas dificuldades e desafios, mas vislumbrando sobretudo todas as realizações futuras que alcançaria de forma mais rápida. Meus amigos e familiares, ao perceberem a segurança por trás da minha decisão, apoiaram e estimularam-me. Essa não foi uma opção fácil, mas, a satisfação de saber que sou eu que estou na direção da minha vida, faz com que ela valha a pena!