Era uma noite de domingo do ano de 1998….
Sentia uma angústia no peito, uma agonia, um vazio enorme.
Amanhã seria outro dia, outra semana, e eu sabia que lá se ia mais um mês, mais um ano…
O tempo estava passando. Seria esse o seu papel, simplesmente passar?
Corria tudo bem na minha vida! Eu estava consciente de que tudo ia bem e que os problemas que eu tinha na época não justificavam o tamanho daquela angústia.
Isso me deixava inquieta, aborrecida, ansiosa por uma resposta, e, quanto mais eu refletia sobre isso, maior era a sensação de que havia algo mal definido na minha vida. Embora essa sensação de indefinição estivesse clara, onde eu poderia buscar o remédio para aquela angústia sem motivo aparente?
Para nós, médicos, estar consciente é estar acordado, lúcido, orientado no tempo e no espaço.
As perguntas que eu me faço depois de ter iniciado meus estudos de Logosofia são:
Eu era jovem e havia muito tempo ainda… Aquela angústia não tinha razão de existir!
Será essa a mesma angústia que um paciente terminal experimenta quando é informado de seu diagnóstico fatal? O que lhe resta por viver? O que ele fez da vida? Alguns caem em depressão e outros passam a procurar o sentido da vida na tentativa de preencher o vazio que não foi preenchido durante toda sua trajetória. Mas agora o tempo é curto, o tempo se foi…
Hoje eu compreendo que o medo da morte, ou seja, o medo do desconhecido, é a manifestação do meu espírito para que eu o busque em vida. Esse desassossego sobre a proximidade da morte, ou melhor, sobre o “vazio da vida”, faz com que eu me interiorize e busque um sentido para ela, independentemente de quanto tempo me resta viver.
Na busca do sentido da vida, eu encontrei a Logosofia, que me permitiu a conexão com algo muito superior, uma outra dimensão, outro tempo, outro espaço, e, o simples fato de saber da existência de tal dimensão, trouxe-me a serenidade de colocar cada coisa em seu lugar. Assim, os problemas que eu vivo hoje tornam-se muito pequenos, frente a essa dimensão que eu desconhecia outrora.
O cotidiano se tornou uma grande oportunidade de aprendizado e de aperfeiçoamento na busca da solução dos problemas, mas agora com uma meta bem mais ampla, com o foco numa dimensão superior, com o foco na essência da vida. Assim, cada dia, semana, mês ou ano, passou a fazer parte das páginas de um livro que estou escrevendo e que, certamente, terá um fim, pois todos nós morreremos um dia. A diferença é que, com o estudo de Logosofia, eu dei um título a esse livro, e tenho como meta superar a cada dia a página anterior, rumo a um final feliz.
A cada página há novos aprendizados e novas superações, que permitem que aquele vazio inicial seja preenchido com uma serenidade que somente a sabedoria e a convicção de estar no caminho certo poderiam me proporcionar.
Eu encontrei a causa da minha angústia e a maneira de saná-la. Aquele vazio não mais existe! Então, por que deixar para viver essa dimensão somente na proximidade do dia final, se podemos viver esse grau de serenidade hoje, a tempo suficiente de construir uma vida plena e feliz?
A vida nos traz a grande oportunidade de sermos felizes a cada superação, e a Logosofia me ensina a fazê-lo de forma consciente. Hoje, sou feliz com cada adversidade solucionada, com cada ensinamento incorporado na minha vida, com cada deficiência amenizada na busca de ser melhor, e ainda tenho a prerrogativa de contribuir para um futuro melhor para a humanidade.
O livro da vida está sendo escrito initerruptamente, e não pode haver maior satisfação que essa. Não há mais espaço para o vazio.
Hoje me sinto mais forte e muito mais feliz!
“Que fica, então, por fazer, às gerações de hoje? Não há mais terras a descobrir; os gritos da própria ciência emudecem ante realidades que não sabe compreender; o conforto enfastia porque se desfruta demasiado dele; as diversões relaxam o espírito, pelo abuso que se faz delas. Que resta, pois, para que as gerações do presente possam responder, como as de outrora, aos impulsos dignos de sua época?
A Logosofia responde:
fica o mais grandioso que existe para realizar e que, nesta grande etapa, as gerações de hoje e as vindouras terão de cumprir: o avanço para as altas regiões do entendimento; o esforço por levar o ser, como alma humana, para o encontro de sua própria explicação como ente físico; para a eternidade que não tem sabido compreender, ao viver um tempo peremptório, sem valor algum. Em outras palavras: o avanço para a superação”.