Há algum tempo, fiz uma descoberta que, a princípio, me causou grande surpresa, mas que, posteriormente, me permitiu compreender por que não fiquei satisfeito com muitas decisões e encaminhamentos que tomei para minha vida. Eu não pensava; não utilizava verdadeiramente a prerrogativa que todos temos de pensar!
Sim, parece surpreendente. Mas, após conhecer o conceito logosófico de pensamento e descobrir que eles podem atuar independentemente da minha vontade, e que posso atuar com pensamentos que estão em minha mente, mas que nem sempre foram criados por mim, compreendi que, na maioria das vezes, eu tomava decisões e definia os rumos da minha vida influenciado por pensamentos alheios.
Recordo que, há algum tempo, decidi construir uma casa e precisei de um financiamento para construí-la. Ao final da obra, avaliando os custos do projeto, identifiquei a necessidade de controlar os gastos nos anos seguintes, para quitar o financiamento e reequilibrar minha situação financeira.
Porém, ao ceder a um pedido de familiares, acabei realizando uma viagem bastante onerosa, o que contrariou meu propósito de reduzir despesas.
Durante a viagem, à medida que os gastos se avolumavam, a situação foi me afetando a ponto de eu não conseguir aproveitar plenamente o passeio. A consequência daquela decisão foi passar alguns meses com restrições severas no orçamento, criando uma situação bem delicada.
Hoje compreendo que, para conduzir minha vida de acordo com minha vontade e propósitos, é imprescindível pensar e estar consciente de que os pensamentos que estão em minha mente, criados por mim, favorecem os objetivos que defini. É fundamental que minha vontade esteja sempre a serviço desses propósitos, evitando que pensamentos alheios prejudiquem meu processo de aperfeiçoamento.
Recentemente, precisei tomar outra decisão: fazer uma transição em minha carreira profissional.
Já conhecendo um pouco sobre a faculdade de pensar, refleti profundamente sobre o caminho a seguir, compreender por que queria essa mudança, os benefícios que ela traria para a minha vida e como me capacitar para essa transição.
Analisei detidamente todos os fatores que poderiam afetar positiva ou negativamente a decisão e como minimizar os aspectos negativos.
Muitos colegas tentaram, com seus pensamentos, me dissuadir: “Você é louco, vai abrir mão de uma situação estável, de uma remuneração alta; ainda pode ocupar muitos postos de alta hierarquia nessa empresa, etc.”
Consciente do motivo de minha decisão – meu propósito era mais elevado e vinculado à razão de ser da vida humana – e sabendo que estava preparado para aquela mudança, não me deixei afetar por esses pensamentos e segui em frente. Com alegria e consciência, realizei com sucesso a transição pensada e planejada por pelo menos dois anos.
Tenho aprendido com a ciência logosófica que, para ser verdadeiramente livre e dono da minha própria vida, é preciso dominar meus pensamentos e aprender a pensar conscientemente.
Quando exerço com consciência minha capacidade de pensar, aproveito melhor o tempo e a vida, cometo menos erros no convívio com as pessoas e nas decisões que tomo, e utilizo as experiências e os momentos que vivo para extrair um conhecimento que contribua para que eu me torne um ser humano melhor, mais feliz e mais confiante.
Hoje compreendo que uma das formas mais elevadas de exercer a prerrogativa de pensar é criar pensamentos e propósitos que me levem a dedicar mais tempo e vida ao conhecimento de mim mesmo, a evoluir como ser humano, a colaborar e conviver em harmonia com os outros, e a me aproximar de Deus conhecendo Sua Criação.