Para aprender de maneira eficaz, muitos estudos já foram conduzidos, livros escritos e palestras apresentadas, inclusive com enorme quantidade de acessos nas redes sociais. Mas qual é a melhor maneira de aprender? Será que existe uma forma ideal para todos ou isso está relacionado com a psicologia de cada um?
O que acontece quando eu estabeleço para mim alguns objetivos, mas não os consigo alcançar? O pensamento de procrastinar é muito forte, porque a inércia demanda muita energia e determinação para ser vencida; contudo, ao estabelecer-se um movimento, torna-se mais fácil seguir adiante.
Existe uma Lei universal de Movimento e outra, ainda mais poderosa, que é a Lei de Evolução. Cabe-me colocar sob seu amparo e não agir contra seus princípios, caso eu não queira sofrer consequências desagradáveis. Para tanto, é importante identificar quais pensamentos costumo acolher na mente e que me prejudicam na realização das minhas atividades.
O autor da Logosofia afirma que:
Vontade é a força psíquica que move as energias humanas e põe em atividade as determinações da inteligência para o bem, defesa e superação do indivíduo. A falta de vontade anula essas possibilidades e prostra o ser na indiferença e na inércia, faz sua inteligência fracassar e chega até a perverter sua sensibilidade, porque o expõe a todas as tentações e contingências que o ameaçam.(p. 36-37)
Observo que, quando tenho uma atividade que preciso fazer, mas não gosto muito, minha tendência é adiá-la. Isso acaba gerando um acúmulo de tarefas, que, por sua vez, preciso executar às pressas, ficando com a sensação de alguém que “apaga um incêndio”.
Por outro lado, quando tenho uma atividade pela qual sinto estímulo, isso age sobre minha vontade, fazendo com que eu adote uma posição ativa. Meus sistemas mental e sensível criam pensamentos e sentimentos que atuam como causa e ferramenta para que eu realize minha vontade, mesmo que eu esteja cansado fisicamente.
São situações especiais que mexem com meus sentimentos, fortalecendo ainda mais a minha vontade. Portanto, fica claro o quão importante é saber direcionar a mente e o coração para gerar pensamentos e sentimentos que permitam reconhecer o que realmente quero e ter estímulos para realizar, fortalecendo minha vontade.
Eu preciso primeiro me conhecer para entender o que realmente é bom para mim e quais estímulos são mais eficazes para minha psicologia. Eu mesmo devo aprender a criar os estímulos que possam atuar nas áreas mais carentes do meu ser, aquelas em que preciso melhorar.
Enquanto me preparava para uma certificação internacional que exigia muito tempo de estudo, precisei utilizar minha mente para investigar as verdadeiras causas dos meus erros e colocar os problemas em perspectiva em relação à minha vida. Descobri que a principal causa dos meus erros era o medo de fracassar.
Esse pensamento estava sabotando meu processo de aprendizado, o que certamente me deixava inseguro durante os exercícios e simulados. Refleti que minha felicidade não dependeria da certificação, embora alcançar o sucesso fosse algo positivo. Não queria essa certificação por simples vaidade, mas para ter mais confiança nos meus conhecimentos. Isso é algo que ocorre aos poucos, como a culminação de um processo.
Também recordei que já havia desenvolvido a vontade de estudar para essa certificação há muitos anos, mas o pensamento de procrastinação, entre outros fatores, paralisava essa vontade. Sabia que, se conseguisse superar esses obstáculos, ficaria especialmente satisfeito comigo mesmo. Só de pensar nisso, já me sentia energizado. Pensei também que seria melhor tentar e não conseguir do que não tentar nunca.
O pensamento que combate a falta de vontade e a prostração é a decisão. Para isso, é necessário querer de verdade algo que seja realizável, lícito e proveitoso. Eu sabia que meu propósito atendia a todas essas três condições. Isso já me trazia uma força interna e alguma confiança.
A atividade de aprender deve ser feita com gosto para que eu consiga reter a maior quantidade possível de informações. Para isso, ser consciente de que estou estudando algo útil, factível e legal ajuda muito. Aquilo que considero mais interessante e útil é naturalmente mais prazeroso e até fácil de absorver.
A chave nesse processo é aprender a observar os temas que, à primeira vista, não me parecem interessantes como algo útil e importante para a formação do ser que me quero tornar.
A causa do problema é a preguiça adquirida por hábito, e a solução é pensar conscientemente sobre o mal que esse hábito traz, além de recordar como é agradável quando tenho êxito no cumprimento dos objetivos traçados – principalmente aqueles que já estão em fila de espera há muitos anos!
A minha conclusão é a de que não há maior estímulo do que o saber. O saber aumenta a vontade e faz com que tudo se concretize na ação. Isso me faz lembrar de executar as tarefas diárias, mesmo as mais comuns, com alegria e disposição ao reconhecer que tudo tem seu valor, e o que foi bem feito até agora será herdado por mim mesmo no futuro, além de deixar um bom exemplo para os demais.
Não importa qual seja o problema, o conhecimento é sempre a resposta. Quando consigo estar atento a esses aspectos, consigo mover-me por estímulos elevados e sinto-me mais feliz. Do contrário, tudo fica mais pesado e penoso. Devo ir do pouco ao muito, gradualmente, como ensina a natureza.