Há algum tempo venho refletindo a respeito dos melhores meios e maneiras de fazer o bem.
Tenho feito estas perguntas para nortear minhas reflexões: é possível fazer o bem usando palavras construtivas? Qual o valor que atribuo às palavras que pronuncio?
Estou aprendendo que devo primeiramente ser um bom ouvinte. Percebo que, quando estou em silêncio, atento aos diversos pensamentos do ambiente no qual estou, minha palavra pode ter vários alcances. A palavra pode ter um efeito positivo ao ser empregada de maneira consciente, com a finalidade de levar um elemento construtivo.
O valor da palavra emitida é tão grandioso que está relacionado diretamente com fazer o bem. Ao fazer a escolha certa das palavras posso contribuir com os outros e, principalmente, comigo mesmo, libertando-me de maneira gradual de uma das tantas correntes e amarras que possuo, as deficiências psicológicas, substituindo-as por virtudes.
Tempos atrás, vivi duas experiências nas quais pude perceber os efeitos que o silêncio ou uma palavra podem ter.
Numa delas, fiquei muito irritado com uma pessoa devido à sua forma de atuar, que já me incomodava há algum tempo. Recordo de ter sentido vontade de lhe dar uma lição de moral, mas refleti sobre os possíveis efeitos que essa atitude teria e optei pelo silêncio. Perguntei-me se eu estaria fazendo um bem àquela pessoa ou, além de não o fazer, ainda prejudicaria a minha imagem. Pude perceber que, naquela situação, eu não estaria atuando de maneira construtiva nem para mim e menos ainda para o outro.
A outra situação aconteceu quando eu estava na escola. Com frequência competia em torneios locais de natação e, por ser um esporte que sempre gostei e pratico há muitos anos, eu acreditava ser o melhor nadador de todos. Num determinado campeonato, fui classificado para nadar com outro amigo de treino numa das provas mais aguardadas. Eu estava muito ansioso; lembro-me de sentir a adrenalina pulsando pelo meu corpo, porém eu estava confiante de que terminaria a prova em primeiro lugar. Foi dada a largada e eu nadei muito bem, mas quando terminei a prova, percebi que meu amigo tinha sido mais rápido do que eu e havia conquistado a primeira colocação. Recordo que fiquei furioso e nem sequer o parabenizei pela vitória em consequência da atuação de algumas deficiências, tais como a vaidade e a arrogância. Com o tempo, pude refletir melhor sobre essa experiência e de como, naquele momento, havia me tirado a alegria.
Recordei do propósito de ser bom e perguntei-me: como devo proceder e com que meios posso contar para alcançar esse querer? Fui percebendo que fazer o bem é uma maneira de agregar valor não só à vida das outras pessoas, como à minha também. É sinônimo de colaboração.
Estudando Logosofia, tenho aprendido mais sobre o que é ser bom, e como o ser também com os demais, sem me prejudicar, pois há de ser bom sem ser tolo. Fazer o bem usando palavras construtivas é algo que venho tentando praticar diariamente, identificando quando os pensamentos são positivos e quando são negativos. Isso me permite fazer a seleção dos melhores, já que os pensamentos em realidade refletem o que eu sou.
O caminho do próprio aperfeiçoamento exige esforço; é um caminho de muitos aprendizados que me permitem recordar das minhas atuações, evitando que os mesmos erros sejam cometidos.
Quando consigo recordar de um ensinamento da Logosofia e aplicá-lo em minha vida, sinto algo dentro de mim que pode ser descrito como um “ar puro”, algo que assovia em meu interno, traz alívio aos meus pensamentos e frescor ao meu espírito, aquieta os pensamentos tumultuosos, propicia paz e ainda carrega em sua essência as sementes que podem ser jogadas em outros lugares.
É uma sensação única de estar consciente das minhas realizações e da minha evolução, conquistando meu autoaperfeiçoamento, recolhendo pequenas frações de felicidade ao longo da minha vida.