Sabe quando você não sabe o que fazer e fica buscando respostas ou orientações? Quando não sabe a quem recorrer para pedir ajuda ou conselhos? 

Que tal encontrar tudo isso através de conhecimentos que favoreçam a observação, a reflexão individual e o próprio pensar? 

Há um tempo, a sala onde eu trabalhava estava à venda, mas ninguém aparecia para fechar o negócio. Eu sabia que a negociação estava em andamento, mas aguardava a concretização da venda para me mexer – afinal, “temos tempo”, dizia aquele conhecido pensamento da negligência, sempre acompanhado pela falta de vontade.

Vários outros pensamentos negativos argumentaram, como a teimosia e a inadaptabilidade: “não, eu vou continuar o meu trabalho e depois cuido da sala!” Para enfrentar tais pensamentos, percebi que era necessário ser mais diligente. E comecei assim a fazer uma busca por uma nova sala. Aquela “confiança” no acaso foi perdendo força. 

Dias antes, a Natureza já me havia mostrado que é indispensável alinhar-me ao seu tempo. Se eu planto e não fico atenta ao momento da colheita, não usufruo do fruto cultivado, e todo o empenho é em vão. Isso me ensina que preciso cuidar de cada etapa do ciclo no tempo certo.

Assim como as raízes das plantas buscam água por caminhos diversos, adaptando-se e mudando seus trajetos para realizar seus processos vitais, por analogia, eu precisava mudar, encarar novos caminhos e não seguir a mesma trajetória.

A estratégia de procurar uma nova sala sozinha pela Internet, de maneira um tanto passiva e tímida, não estava funcionando. Procurei ajuda de amigas que pudessem contribuir e propus pensar numa saída.

Nessa busca, uma amiga ofereceu-se para compartilhar um novo espaço, juntamente com outra colega! Eu nem havia considerado tal alternativa por diversos fatores, mas essa solução acabou sendo muito melhor do que a imaginada. Conseguimos uma sala que mantinha o ótimo padrão da anterior, com a vantagem de ter um custo reduzido, e a conciliação dos horários de trabalho de cada uma foi perfeita!

Essa decisão exigiu uma mudança em mim mesma, que me levou a enxergar minha realidade com franqueza para, então, atuar melhor. E como me senti feliz ao perceber que consegui mudar!

Ao identificar os pensamentos negativos que refletiam nas minhas ações, busquei os valores presentes na Natureza que eu gostaria de ter no meu mundo interno: a adaptabilidade, a diligência e a paciência inteligente. O que mais me chamou a atenção nessa experiência foi o poder do conhecimento desses valores e a prerrogativa de atuar de acordo com eles. 

Essa leitura ou interpretação da Criação é auxiliada por um grande mestre que me ensina a observar, contemplar, refletir e pensar sobre o que vivo: o autor da Logosofia, Carlos Bernardo González Pecotche. Para que isso aconteça, preciso estar atenta não só ao que vivo, mas também ao que acontece à minha volta, sintonizando-me e harmonizando-me com essa parte do todo do qual eu também participo.

Afinal, não estaria toda a Sabedoria de Deus explicitada na Natureza, à qual posso recorrer para obter as respostas e conselhos que busco diante dos desafios da vida?

Essa é a realidade que estou começando a viver ao perceber algumas manifestações da melhor conselheira, a Natureza, e compreender os caminhos que devo seguir. Não me refiro aqui a nada esotérico. Tenho aprendido a perceber o funcionamento da Criação através do que acontece tanto no mundo externo a mim quanto dentro de mim.