Ao terminar o ensino médio, recém-saído da pandemia e ingressando na juventude, eu ainda não tinha clareza sobre o que queria para minha vida profissional. Porém, ao ingressar na universidade de Direito, passei a conhecer áreas que despertaram meu interesse e fascínio. Assim, logo idealizei o objetivo de ser bem sucedido naquilo que eu viesse a realizar.
Conforme os semestres avançaram, as responsabilidades aumentaram, e eu me via pressionado por inúmeros afazeres, sem conseguir conciliar o trabalho com os estudos – que eu desejava priorizar. Isso me causava grande desconforto interno, fazendo-me sentir ansioso e apressado.
Diante disso, no final de 2023 tomei uma decisão importante: pedi demissão do meu emprego matutino em um escritório de contabilidade. Mantive a graduação e o estágio no período da tarde e, dessa maneira, conquistei mais tempo para me dedicar aos estudos.
Ao repensar minha rotina, organizei-me e elaborei um plano de estudos voltado para a carreira que eu almejava naquele período, adquirindo os materiais necessários e dando o primeiro passo com muita determinação. Com o tempo, adaptei-me ao planejamento estabelecido e desenvolvi uma forte disciplina, cumprindo as metas que havia definido.
Todavia, meses depois, tive a oportunidade de entrar em contato com a carreira para a qual vinha me preparando, observando na prática a teoria que, até então, conhecia apenas pelos livros. Logo, comecei a perder a motivação, pois percebi que não era, de fato, o que eu queria para a minha vida. A partir disso, mergulhei em inseguranças e deixei de enxergar um propósito profissional.
De repente, comecei a duvidar do meu querer inicial e a identificar vários pensamentos negativos que me fizeram perder noites de sono. Depois de muitas reflexões e de um ato de valentia, pude perceber que não faria sentido abandonar todos os estudos apenas porque já não tinha a mesma convicção sobre uma carreira específica. Ao recorrer a essas reflexões e ao pensar – recursos que a Logosofia apresenta como faculdades da mente – fui tomado por uma grande alegria, pois a partir de então pude reformular meus objetivos e abrir novas possibilidades para o futuro.
Recordei que meu propósito inicial era, simplesmente, estudar. E, por mais evidente que isso possa parecer, demorei a identificar. Compreendi que os conhecimentos que eu estava adquirindo não eram importantes somente para a graduação, mas também para minhas metas futuras – e essa consciência me encorajou ainda mais a prosseguir.
Tive que me reorganizar no caminho que havia inicialmente planejado, e a perseverança foi a chave que me fortaleceu, pois me permitiu cultivar pensamentos mais otimistas. Criei defesas mentais para me recolocar no ponto de partida e impedir que meu querer fosse dissipado por pensamentos alheios à minha vontade – pessimistas e desprovidos de toda virtude.
Nessa experiência, fui capaz de manter o sentimento de querer intacto e, aos poucos, percebi que minha aspiração profissional tomou outros rumos, ultrapassando a simples busca pelo sucesso e evoluindo para uma visão mais transcendente. Assim, esse querer permaneceu inalterável, guiando-me para avaliar se os esforços que tenho feito estão alinhados com aquilo que aspiro e com aquilo que sinto como uma necessidade imperiosa da minha alma.
