Ainda que seja óbvio, preciso começar afirmando que o conhecimento flui de quem sabe mais para quem sabe menos. Poderíamos considerar outros aspectos, como a aptidão de ensinar ou a necessidade e merecimento de quem aprende, mas não penso que isto invalida a afirmação inicial. Acrescento também que esse fluxo de conhecimento muitas vezes se dá sem que aquele que ensina, ou quem aprende, ou ambos, sejam conscientes do realizado.
Na minha vida profissional, tive a oportunidade de aprender muito, mas destaco que, em incontáveis ocasiões, adquiri conhecimento sem ter contato físico direto com aqueles que me ensinaram. Por exemplo, em uma determinada fase trabalhei com manutenção de grandes equipamentos e estruturas metálicas e precisava estudar como os equipamentos funcionavam, principalmente quando era necessário corrigir alguma deficiência ou aperfeiçoá-los. Nesses momentos, eu aprendia muito e, não raro, observava o surgimento de algumas ideias em minha mente, inspiradas no que eu via e aprendia.
“A natureza é sábia e contém o néctar da sabedoria. É a primeira professora do ser humano.”
Compreendo que o processo, nesses casos, havia começado na mente de quem criou o equipamento, que depois o materializou – ou melhor, manifestou no plano físico, já que inicialmente era apenas mental. Uma vez em minhas mãos, e inspirado por essas mesmas ideias e pensamentos, dei origem a uma nova ideia ou a um novo pensamento, que, em um percurso análogo, manifestar-se-iam no plano físico.
Em outras palavras, aprendi algo com alguém que sabia mais do que eu, sem ter contato físico ou sem mesmo saber quem era. Na maioria dos casos, isso seria quase impossível de realizar, pois se tratava de equipamentos fabricados por grandes corporações estrangeiras. Isto, contudo, não me impede de afirmar que tudo partiu de uma ou mais mentes que colaboraram no mesmo processo. Resumidamente: surge um pensamento, surge uma ideia — estes inspiram novos pensamentos e ideias, até a realização no plano físico; tudo seguindo um processo de evolução.
Caso esteja certo, e refletindo agora de forma mais ampla, afirmo, desta vez, que eu não fui capaz de criar o musgo que vejo em uma pedra, ou o inseto que pousa nesse musgo e, muito menos, organizações vivas muito mais complexas como o próprio ser humano. Como eu não saberia criar nada disso, e como estou sempre aprendendo algo a esse respeito, a lógica leva-me a concluir que isso tudo existe graças a Quem sabe muito mais do que eu e, é claro, de Quem tenho muito a aprender. De maneira semelhante ao que aprendi nas experiências profissionais descritas, posso também concluir que para aprender com o Criador não preciso estar em contato direto, físico com Ele. Posso – e penso que devo – aprender por meio de sua própria Criação.
A partir das minhas conquistas ao longo de um processo de evolução, compreendo que esse aprendizado pode ser mais ou menos limitado, mais restrito ou mais amplo, dependendo de como me posiciono em relação à própria existência e do que já sei sobre a Criação. Pode ser mais ligado ao biológico; pode abarcar também o psicológico; e pode alcançar o plano espiritual. Aqui, a meu ver, pode-se observar a importância da Logosofia que, com seu método original, fornece as senhas que me permitem, conscientemente, decodificar, acessar e conhecer o plano psicológico e transcendente, permitindo ainda acelerar o aprendizado e ampliar a minha própria vida — embora sempre dependa do meu esforço, empenho e constância.
Para mim, ter consciência dessas possibilidades, e baseado no que até então pude comprovar através de meus estudos e realizações, foi equivalente a receber as boas-vindas de Deus à Sua Escola: à própria vida.