Como alcançar a imunidade nas lutas?
No último episódio da temporada, trazemos as reflexões que aprendemos com cada luta da vida, ressaltando que todas nos dão a oportunidade de nos superarmos e de servimos à humanidade com que temos de melhor.
A palavra ética tem tido presença constante, quase diária, principalmente na mídia: fala-se em ética do mercado, no campo profissional e na política. Há um outro campo que todos, de uma maneira ou outra, possuem e nele atuam: o da família.
Pois bem, existe ética na família? Precisa existir? Ética dos pais, filhos, parentes? E a ética dos avós? Será realmente importante que os avós cultivem a ética no trato com os netos? Cultivar a ética perante os netos faz perder a naturalidade na convivência com eles?
Os netos têm, naturalmente, um intenso vínculo sensível e afetivo com os avós. Este é um aspecto que favorece a convivência e, consequentemente, que os netos ouçam o que os avós têm a lhes dizer, principalmente tratando-se de exemplos, de conselhos.
Por outro lado, existe um conceito generalizado no sentido de que os avós não devem se preocupar em “educar” os netos, apenas desfrutar sua companhia. Não se pode perder de vista que há situações específicas que os avós praticamente cuidam dos netos, cabendo a eles uma responsabilidade direta sobre os mesmos.
Podemos – e devemos – ser avós carinhosos, bondosos, pacientes, afáveis, mas atentos para não fomentarmos caprichos e “vontades” em nossos netos que, depois, poderão prejudicá-los.
O segredo consiste em encontrarmos o equilíbrio entre sermos avós, propiciando aos nossos netos momentos especiais, de feliz convívio, sem nos descuidarmos da colaboração que podemos e devemos dar aos pais na formação de uma nova geração.
Quando os netos estão na casa dos avós, alguma novidade pode ser oferecida: a sala de visitas, por exemplo, pode transformar-se em um quintal com uma pequena cabana, feita de lençóis, ora em uma cozinha onde deliciosos pratos são cozidos com papel picado.
A casa dos avós pode ser sempre o cenário de episódios que se transformem com o tempo em suave e doce recordação para os netos, o que não significa atender a seus caprichos e vontades.
A visita à casa dos avós pode ser também uma espécie de “programa especial”, propiciando aos netos a feliz presença e convivência com os mais velhos. No contato com nossos netos, vivo inúmeras oportunidades de colaborar com os pais em sua formação ao contar histórias, nas quais destaco aspectos positivos dos seus personagens, no nível de compreensão das crianças.
Não tenho dúvida que não podemos nos omitir diante da nossa parcela de responsabilidade na educação dos netos. Os avós que estão atentos ao cultivo da ética, devem também estar atentos ao que podem e devem colaborar na educação dos netos, cuidando de não criar dificuldades diante dos pais dos seus netos.
Nós, avós, devemos favorecer que nossos netos vivam muitos momentos felizes em nossa companhia, sem que isto signifique consentir com os caprichos comuns na infância, quando ainda não existe uma clara noção do que é certo ou errado.
Queridos avós, convido a que todos façamos um esforço no sentido de mudarmos a imagem dos avós como aquelas pessoas que não têm qualquer compromisso com a formação dos netos e que fazem sempre suas vontades.
Sejamos avós afetuosos, carinhosos, amorosos, mas, quando necessário, rigorosos com os nossos queridos netos, porque neste rigor está estampado um sentimento nobre e puro: o amor!