As analogias como método
O método logosófico, fonte de conhecimentos transcendentes, utiliza de várias formas para fazer sentido para aquele que escolhe estudar Logosofia. Analogias e imagens são adotadas para favorecer a compreensão de conceitos ainda novos e complexos. O conceito de vida, por exemplo, pode ser apresentado pela imagem de um edifício em construção.
Imaginemos que, ao nascer, herdamos um terreno sobre o qual poderíamos começar uma grande obra. Seria necessário, primeiro, nos capacitar para executá-la, conhecendo as leis naturais que governam a construção e seu projeto arquitetônico, para que não houvesse surpresas desagradáveis. A matéria-prima desde edifício deve ser, portanto, o conhecimento.
Os construtores da maior obra: a vida
Deus, o generoso arquiteto, que desenhou o projeto desse edifício, nos deu liberdade para moldá-lo de diversas formas, com “material” de sobra disponível em sua Criação. O único critério que impõe para acessá-lo é que não se burlem as leis naturais que mantém o edifício em pé.
Cada um, à medida que vai tendo condições internas e mais consciência sobre o valor dessa construção, vai estudando e aprendendo com esse projeto, como um “mestre de obras”, errando e realizando reformas de vez em quando, mas edificando, até que alcance a imagem plasmada pelo arquiteto. Aquilo que vai aprendendo vai sendo registrado e processado pelo engenheiro, que acumula a experiência em forma de conhecimentos que poderão ser usados em outras obras futuramente. O espírito humano, por meio de cada obra que realiza ao longo das etapas de seu existir, vai se aproximando da imagem ideal do projeto.
A maioria de nós passa a vida inteira sem edificar nada em seu terreno. Por falta de “material” ou de um “mestre de obras”, deixam passar a nobre oportunidade de erguer um edifício em seu terreno interno. A consequência é o acúmulo de entulho, jogado ali por qualquer transeunte que por ali viu a oportunidade de se alojar temporariamente (ideologias, crenças, pensamentos alheios, etc.). Na medida que a matéria inútil se acumula ali, cada vez mais parece impossível erguer-se qualquer coisa sobre esse terreno baldio.
É necessário que homens e mulheres se ocupem dessa obra, que deve ser construída no terreno de sua própria vida interna, para que não sejam vítimas dessa tragédia moral e espiritual que vem assolando o mundo. O foco excessivo nas obras materiais – dinheiro, problemas sociais, políticos, etc. – leva ao abandono da obra espiritual que é prerrogativa única de cada individuo humano, e que deveria ser a base para todas as demais.
Oxalá isso seja percebido por muitos, para se evitar que mais depressão e tragédias manchem o futuro da espécie na qual tantas esperanças foram depositadas pela própria natureza e por seu arquiteto.