Olhando pela janela…
Do alto do meu prédio, através da janela, observei, num dia cinzento, chuvoso e frio, dois guarda-chuvas coloridos andando na calçada. Meus olhos, sem que eu me desse conta, acompanharam aquelas cores por um pequeno espaço de tempo. Um guarda-chuva era menor e outro bem maior. Por baixo dos guarda-chuvas, eu só conseguia ver, com os olhos físicos, dois pares de pernas. Um maior, de adulto, provavelmente de mulher, o outro, pequenininho, era de criança. Conclui rapidamente: mãe e filho.
O guarda-chuva menor, com passos pequeninos, vinha atrás, um pouco afastado do guarda-chuva maior. O guarda-chuva maior não se virou nenhuma vez para olhar o guarda-chuva menor, como se tivesse uma confiança absoluta de que tudo estava bem. Antes de atravessar a rua, as pernas pequeninas, com relativo esforço, começaram a andar mais rapidamente, praticamente correndo até alcançar sua mãe, e atravessaram a faixa de segurança na frente dela, em segurança, como provavelmente já haviam combinado.
Sem que eu me desse conta, meus olhos físicos se encheram de lágrimas e meu coração se aqueceu, numa sensação de amor e paz.
Aos olhos do entendimento, surgiu a inquietude: o que ocorreu no meu interno? Por que a emoção? O que dois estranhos poderiam despertar em mim? Então surgiu a reflexão, pura e nítida: o conceito logosófico de família – algo tão importante, tão maravilhoso e tão descuidado ultimamente.
O que o autor da Logosofia coloca neste conceito que tanto me faz vibrar?
Ele fala da seguinte maneira sobre a família:
A família é o templo sagrado onde cada ser aprende, no amor a seus pais e irmãos, a amar a Deus e a seus semelhantes, e é ao mesmo tempo a oficina insubstituível onde se forjam as bases da unidade humana. (Coletânea da Revista Logosofia – Tomo V, p. 259 §3)
Os seres humanos não foram criados para viverem isolados, senão para que constituíssem uma família de cujo seio deveria surgir a paz, o amor, a união, como suprema virtude dos homens e humana realização do princípio divino. (Coletânea da Revista Logosofia – Tomo V, p. 259 §2)
Como não se emocionar ao ver mãe e filho cumprindo os desígnios de Deus e marchando juntos, realizando esse conceito maravilhoso em suas vidas?
Quanta gratidão surgiu no meu coração, e o quanto agradeci pela oportunidade de conhecer conceitos tão grandiosos.
Como a vida muda, como ela se engrandece quando se tem a oportunidade de conhecer essa hierarquia superior.
Grata a Deus, ao autor da Logosofia e a todos os meus colegas que colaboram comigo na conquista desses grandes valores.
