“Os jovens são a esperança de um mundo melhor”.
Desde pequena, ouvia palavras carregadas de confiança na capacidade das futuras gerações de resolver grandes problemas e construir um mundo melhor.
Por muitos anos, esses pensamentos me impulsionaram a ser uma boa aluna, uma boa filha e uma boa amiga. Queria ser minha melhor versão para, no futuro, ajudar o planeta e contribuir para a paz mundial.
Ao final do intenso e turbulento período da adolescência, diante da escolha do curso universitário e dos novos desafios que teria de enfrentar, sentia-me muito distante do arquétipo de jovem que transformaria o mundo.
Como eu, tão insegura, tímida e ansiosa, poderia mudá-lo?
Vi-me diante da necessidade imperiosa de conhecer a mim mesma. Quais são meus valores morais? Quais minhas dificuldades psicológicas? Quais meus pensamentos dominantes? O que quero mudar em mim para ser quem quero ser? E, afinal, quem quero ser?
E então descobri que não tinha uma imagem clara de quem eu era. Sem o conhecimento dos caminhos possíveis, não há como escolher a melhor rota para a própria vida. Eu teria, portanto, de iniciar um longo processo para descobrir um ser que, mesmo tão próximo, me era até então estranho. Precisava consolidar a fé em mim mesma para resgatar a minha esperança de um futuro melhor.
Os estudos logosóficos me trouxeram a valentia que me faltava. Percebi que tinha muitos valores, mas que, por não ter consciência deles, dava mais atenção aos meus erros e dificuldades. Passei a olhar para o meu passado com mais bondade, pensando: “Tanto já conquistei! Se consegui chegar até aqui, consigo dar passos ainda maiores!”.
Em determinado momento da faculdade, senti que deveria aproveitar a oportunidade para cursar a segunda graduação que sempre quis. Vários pensamentos vieram à minha mente: “E se você não der conta? E se for uma má escolha e acabar perdendo anos da sua vida?”. Porém, eles rapidamente perderam a força, silenciados pela valentia que surgia dentro de mim – sustentada por todos os conhecimentos que vinha adquirindo sobre o destino que queria construir para a minha vida e, principalmente, pela confiança em mim mesma ao constatar que tudo o que já havia conquistado resultara dos meus esforços, da minha disciplina e da responsabilidade que, desde a infância, compunham o meu caráter.
Tenho aprendido que o ser é uma sucessão de seres. Eu herdo o meu ser do passado, assim como, no futuro, herdarei tudo o que faço no presente.
Hoje, com as duas graduações concluídas com sucesso, vejo que minha decisão foi acertada e me proporcionou várias oportunidades profissionais. Também me permitiu conhecer novos ambientes e pessoas diferentes, ampliando meu raio de atuação para aplicar o que vinha aprendendo com a Sabedoria Logosófica.
Agora, meu propósito é ajudar mais jovens a conhecer as maravilhosas ferramentas que possuem dentro de si e, com verdadeira valentia, possam transformar os dois mundos: o interno e o que está à sua volta.