Já experimentou percorrer um caminho com os olhos vendados? O que acontece? O risco de trombadas e quedas aumenta muito, não é mesmo? E o tempo que levará para percorrê-lo? Com certeza também aumenta. Como seria viver assim uma vida inteira? As pessoas com pouca visão experimentam algo semelhante, mas se adaptam, aperfeiçoam outros sentidos e percepções, superam-se de diferentes formas e valorizam ainda mais cada conquista.
Prosseguindo com as reflexões: como seria uma comunidade, um país ou até um planeta onde todos tivessem limitações visuais, mas sem a consciência dessa realidade? Possivelmente, todos teriam outros sentidos mais desenvolvidos e viveriam suas vidas. Mas essa não é a realidade para a grande maioria dos seres humanos. Fomos dotados de visão e com ela podemos enxergar o mundo. Por outro lado, existem também muitas imagens que nos causam mal e nos deixam tristes, preocupados, temerosos, distraídos, iludidos, etc.
Por que falo tudo isso? Porque, com a visão sempre voltada para fora, vivemos voltados para o mundo externo, porém cegos em relação ao que acontece e ao que temos dentro de nós. E se dentro de cada um existir outro mundo, um mundo ao qual possamos adentrar, conhecer e explorar? E se soubéssemos que neste outro mundo – o nosso mundo interno – estão todos os comandos de nossas vidas, todas as causas, todas as respostas para as perguntas mais profundas que já nos fizemos a ainda vamos nos fazer? E por que o mundo interno individual é tão inexplorado? Por que o acesso a ele parece vedado à humanidade?
A Logosofia me vem apresentando este novo mundo: o mundo inexplorado que existe dentro de mim. E aos poucos estou conhecendo os mecanismos e agentes que atuam nele: recursos que já possuo, mecanismos que ainda funcionam e aqueles que estão enferrujados devido ao pouco uso, os agentes que atuam dentro de mim com ou sem o meu controle. Se meu corpo pudesse ser comparado a um carro, e eu fosse o motorista desse carro, a verdade é que, antes de conhecer a Logosofia, eu sequer sabia abrir o capô para ver o que faz o carro se mover. Ou ainda, se meu corpo fosse um computador de última geração e eu fosse o usuário desse computador, a verdade é que, antes da Logosofia, eu só saberia abrir o Word, o navegador de internet, algum outro aplicativo útil às atividades da minha rotina diária, e nada mais. Para quê, então, ter um computador de última geração se o uso que faço dele não passa do que foi descrito anteriormente?
A Logosofia me apresentou a configuração biopsicoespiritual do ser humano. Para que criar um ser tão maravilhosamente concebido apenas para viver uma vida comum? Ao compreender que a parte material da minha vida é apenas a sua parte perecível, e que a minha vida poderia ser muito maior do que isso, passei a viver de forma diferente, buscando as causas dentro de mim. Não tenho dúvida de que já foram muitos os ensinamentos logosóficos colocados em prática. Dentre os principais, destaco “a troca do crer pelo saber”, a atenção em “colocar os problemas dentro da vida e não a vida dentro dos problemas”, o saber me colocar nos ambientes sendo discreto, prudente e oportuno — poderia, enfim, enumerar aqui muitos outros.
E, voltando à imagem do carro, ao conhecer melhor os recursos com que conto e para que serve cada um dos comandos do veículo, dirijo melhor em qualquer via pela qual eu passe (profissional, familiar, social, econômica), acautelo-me diante de imprevistos, adapto-me às mudanças que possam ocorrer, troco peças desgastadas por peças novas de forma correta e sem causar qualquer pane.
Convido você, então, a conhecer a Logosofia. É uma oportunidade de encontrar um meio de conduzir a vida de forma consciente e dar a ela um verdadeiro sentido. É ter nas mãos as rédeas do próprio destino, vivendo uma vida plena de conteúdo. Somente assim, partindo de dentro de cada indivíduo, é que as gerações futuras poderão finalmente ser mais felizes. Não haverá valor comparável ao cumprimento desta grande missão que consiste em preparar para a humanidade futura um mundo melhor.
“O fato de não se ter ensinado ao homem a conhecer sua vida interna, plena de recursos e energias para quem sabe aproveitar tão imponderável riqueza, tem sido a causa que o faz ceder, sem maior resistência, à tentação de fundir-se na multidão anônima, consumando-se assim a perda de sua individualidade.” (Curso de Iniciação Logosófica, §2)