Atualmente tenho me dedicado a selecionar alguns pensamentos que contenham elementos eternos, ou seja, que façam com que minhas realizações mentais perdurem.
Já tenho percebido, em algumas ocasiões, a sensação da perpetuidade nas minhas realizações sensíveis e no amor que tenho cultivado por tudo o que faço e por todos os seres com quem tenho contato.
Penso que, ao encaminhar minha vida assim, estarei dando a ela um sentido de eternidade e estarei evitando cair no engano de viver por viver ou de permitir ser levado pela ilusão de que as coisas acontecem por acontecer.
O que sinto tem muita relação com o que penso. Tenho procurado pensar no que sinto e sentir o que penso. A minha faculdade de pensar me dá confiança, e consigo controlar a imaginação, evitando quaisquer devaneios e incertezas. A minha faculdade de amar tem se manifestado com mais frequência, o que vem me tornando um ser mais sensível. Descobri nos ensinamentos logosóficos — e estou realizando isso dentro de mim — que o amor deve ter o hálito da perpetuidade; do contrário, não passará de um engano.
É muito bom saber e poder experimentar o que o ensinamento logosófico está indicando como verdadeiro. Assim, meus pensamentos podem ser articulados e dirigidos pela minha razão, evitando a ilusão.
No curso de minha vida, especialmente na juventude, os meus enganos eram mais frequentes. Algumas vezes também fui enganado, e acabei sendo levado por um conselho mal-intencionado, por uma crítica ao meu modo de pensar e agir, e por falta de conhecimento. Em todas essas ocasiões, eu acabava seguindo um caminho que me decepcionava. Quando percebia o engano em que me encontrava, eu procurava ajuda para corrigir o rumo equivocado.
Nós, seres humanos, em geral confiamos no saber dos demais, até o momento em que somos enganados; aí, passamos a desconfiar de tudo e de todos. Há no ser humano uma propensão ao engano.
Precisamos nos aprofundar em nós mesmos, para conhecermos nossa realidade interna e nos precaver contra o engano.
Quando estabeleci contato com a ciência logosófica, fiquei admirado ao saber que, dentro de mim, havia um imenso mundo inexplorado e que eu poderia assumir a posse desse meu mundo interno com a realização de um processo de evolução consciente, que me faria consciente do que lá existe.
É com alegria que passo a revelar algo já conquistado através dessa minha realização interna. Tanto os pensamentos quanto os sentimentos que lá se encontram são os que, alternadamente, movimentam minha vontade. É a chave para fazer com que eu me livre para sempre do engano, apenas fazendo com que a minha vontade movimente os meus melhores pensamentos, ao mesmo tempo em que vou expandindo o meu profundo sentir por essa vida.
Uma outra enorme descoberta para eliminar o engano é a de que devo praticar o pensar. Pensar em tudo, pois pensando não serei levado por essas suposições e crenças que estão por toda parte.
E ainda quero mencionar algo muito importante, que é o cultivo da constância, da paciência e da tolerância com que devo tratar o amor — para que não seja um engano e para que exista sempre, em outras palavras, para que seja eterno.
“Pode-se afirmar, sem que seja por demais ousado, que uma das causas primordiais dos múltiplos infortúnios humanos foi sempre a falta de lealdade no trato mútuo. O engano e a falsidade são duas tendências destrutivas que, em todos os tempos, atentaram contra as boas disposições do ser.” González Pecotche, criador da ciência logosófica.