Comportamento

O Resgate do Afeto Corroído

fevereiro de 2022 - 2 min de leitura
Comportamento

O Resgate do Afeto Corroído

fevereiro de 2022 - 2 min de leitura

Todo jogo acaba em briga? Será que sempre tem de haver discussão quando algo nos incomoda numa partida de basquete ou vôlei, ou futebol? Saiba mais!

Quando criança e adolescente, eu era bastante ativo, diria até peralta e traquinas; e o recurso pedagógico mais conhecido de minha mãe era o temido chinelo, que ficava estrategicamente colocado debaixo da cama, para quando tivesse de ser usado, e o era, prodigamente, com a chinelada correndo solta em inúmeras oportunidades.

A função de educar era quase inteiramente exercida por minha mãe; meu pai participava com sua presença, seu exemplo e quando o assunto era mais sério.

Já adulto, casado e com filhos, minha memória revisitava aqueles episódios, particularmente quando as chineladas eram injustas, algumas das quais assim também consideradas pela minha própria mãe.

Eu não buscava essas memórias: elas surgiam de modo involuntário e foram se tornando recorrentes, o que acabou por me afastar de minha mãe, ainda que não por completo.

Quando comecei a me conhecer, auxiliado pelos ensinamentos logosóficos, e a identificar pensamentos e sentimentos, eu me dei conta de que o grande afeto que tinha por ela estava sendo corroído. Isso me levou a buscar, agora de maneira voluntária, a recordação dos inúmeros bens que minha querida mãe me havia proporcionado: os cuidados, as brincadeiras que conduzia e das quais participava ativamente durante minha infância, como: batatinha frita 1,2,3, estátua, pular corda e tantas outras que eu adorava.

Memórias de um carinho perdido

Na adolescência, fazia questão de me levar e me buscar nas festas, o que era feito de ônibus e eventualmente de táxi, já que não tínhamos carro à época. Quanto esforço! Como esquecer tudo isso? Como deixar um sentimento tão forte ser corroído?

Passei a buscar com maior frequência a recordação desses momentos alegres vividos com ela, o que, naturalmente, fortaleceu os sentimentos de amor, afeto e gratidão. Reaproximei-me, então, de minha mãe, com quem passei a encontrar e conversar mais, recordando daqueles gratos momentos vividos juntos. Superei, assim, uma fase que colocou meus sentimentos por ela em risco e pude testemunhar a renovação desse vínculo entre mãe e filho.

Passados alguns anos, após minha mãe falecer, assomaram à minha mente diversas recordações, dentre as quais o processo de resgate dos sentimentos que nutria por ela, unidos aos vários momentos felizes vividos juntos. Imaginei como teria sido doloroso ter-me mantido afastado dela, se não tivesse recuperado a tempo esses sentimentos que tornam a convivência mais bela e feliz.

Experimento até hoje a gratidão pelo feliz encaminhamento dessa situação.


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