Vida

Mudar internamente para mudar o externo 

abril de 2025 - 4 min de leitura
Vida

Mudar internamente para mudar o externo 

abril de 2025 - 4 min de leitura

Todo ser humano que se dispõe a viver em sociedade vai passar pela situação de se arrepender de alguma atitude que tomou em algum momento da vida. Colocados à prova diariamente no convívio social, com milhares de interações com nossos semelhantes, é evidente que em alguns momentos deixamos nossos pensamentos negativos vencerem e acabamos tendo atitudes das quais não nos orgulhamos.  Pode ser uma briga no trânsito, uma impaciência no trabalho, uma intolerância no relacionamento, um momento de irritação na fila do banco. Todos nós, em algum momento, dizemos algo que queríamos “desdizer” na sequência.  

 

Ao longo da minha vida, vivenciei vários desses problemas de convivência e cobrava-me muito para mudar determinadas características. O processo de mudança, entretanto, só começou a funcionar melhor quando comecei a dar “nome aos bois”.  

 

Nos estudos de Logosofia, entendi, por exemplo, que o que me levava a ter determinadas discussões com meus pais era uma deficiência psicológica chamada “impulsividade”. Uma vez nomeada e caracterizada, fica mais fácil estudá-la e freá-la.  

 

Percebi que essa tal ‘impulsividade’ não era, de modo algum, inofensiva. Por anos e mais anos, permiti-me ser influenciado por ela e gerei problemas de convivência dentro de casa. Minha mãe sempre apontava algumas atitudes que eu deveria modificar, caso quisesse viver bons momentos, por exemplo, em um relacionamento futuro. À época, não conseguia absorver as dicas que ela me passava. Como eu não tinha problemas de convivência em outros ambientes, entendia que não era necessário buscar nenhuma mudança.  

 

Anos depois, quando iniciei o relacionamento com minha atual namorada, comecei a perceber manifestações de impulsividade. Observei então, no namoro, as atitudes que precisava modificar, para permitir que o relacionamento fosse sempre o mais leve possível.  

 

Após um tempo em que isso se estendeu, percebi que era necessário iniciar um processo consciente de mudança, visto que essa e outras deficiências não iriam anular-se por si só.  

 

Em um primeiro momento, essa deficiência parecia impossível de ser enfrentada. 

 

Como frear a minha reação frente aos acontecimentos inesperados, que me pegam de surpresa? 

 

Por outro lado, para todas as deficiências psicológicas há um método com o qual se pode combatê-las. Aprendi com o estudo da Logosofia, lendo o livro Deficiências e Propensões do Ser Humano, que a antideficiência da impulsividade é a contenção. E a contenção deve ser um hábito, um exercício recorrente de dominar nossas reações e controlar nossos ânimos.  

 

Meu primeiro passo foi entender que a impulsividade não estava tão fora do meu controle quanto eu imaginava. Se você deixa para lidar com ela apenas quando se manifesta, é evidente que será mais difícil contê-la. Mas se você antecipa esse controle no dia a dia, a partir de pequenas situações, poderá progredir mais.  

 

Entendi então que, quando ocorrem essas reações, meu foco deve ser torná-las passageiras. E, mais do que isso: enquanto ocorrem, devo observá-las e colocar-me como observador dos meus próprios pensamentos e entender como atuam durante aquela reação. Dessa forma, retirei várias lições e fui gradualmente entendendo como frear a impulsividade. Essa mudança que se iniciou no meu interno rapidamente surtiu efeitos no externo e modificou totalmente a minha convivência, tanto no namoro, quanto em casa e em outros ambientes que frequento.  

 

Isso nada mais foi do que um processo de câmbio, de mudança. E, mais do que uma mudança aleatória, foi uma mudança consciente, fruto do meu próprio esforço. Deixado ao acaso, certamente passaria o resto da minha vida com essa característica negativa e colhendo as consequências de sua influência em mim e nas minhas relações. 

 

Mudar é possível

 

Felizmente, agindo conscientemente e buscando conhecimentos junto à Logosofia para batalhar contra a deficiência, comprovei que era possível mudar. Este é um processo que tenho repetido bastante com todas as características que desejo mudar em mim. Assim como a impulsividade, há outras dezenas de deficiências psicológicas em mim que dão voz a pensamentos negativos que impedem que eu seja quem eu quero.   

 

Minha tarefa com os pensamentos é, pois, observá-los, entendê-los, e selecionar aqueles que quero cultivar e aqueles que quero erradicar. Metodicamente, devo entender como afastar cada um daqueles pensamentos ruins e alcançar consistência no seu enfrentamento, cultivando novos pensamentos, transformados em virtudes, tornando assim minha convivência comigo mesmo e com todos com quem convivo cada vez mais serena e feliz. 


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