O que lhe vem à mente quando você pensa no futuro? Não o futuro da humanidade, mas o seu mesmo, individual? Estímulo e vontade de viver e de alcançar seus objetivos? Algum receio de não fazer as escolhas certas? Ou nunca tinha pensado nisso, já que o futuro ao destino pertence?
Quando eu me perguntava sobre meu futuro, alguns anos atrás, sentia medo. Estaria mesmo me preparando da melhor forma para o que poderia acontecer? E esse medo me incomodava, afinal, o futuro deveria ser animador, não é mesmo?
Com a Logosofia, descobri que o primeiro grande campo de experimentos da minha vida sou eu mesma. Posso investigar meus pensamentos e sentimentos, conhecendo-me de verdade e compreendendo muitas das causas que me fazem agir como ajo. E foi assim que encontrei a raiz do meu “medo do futuro”. Então, decidi investigar mais a fundo.
No processo de investigação que fiz naquela época, vi que grande parte daquele medo vinha de uma desconfiança que eu tinha de mim mesma, de achar que eu não era capaz, que não daria conta. O pensamento de medo paralisava-me, deixando-me perdida e sem saber o que fazer para que meu futuro fosse diferente.
Quando pensava nas atividades acadêmicas que precisava desenvolver, todas com prazos, sabia que ainda tinha tempo, e então vinham pensamentos que relaxavam minha vontade. Ao postergar minhas atividades, ao final do dia sentia uma sensação amarga e incômoda de estar presa em um ciclo vicioso, incapaz de cumprir com o que me propunha e com a impressão de que não saía do lugar.
Nesse momento, ao pensar no que eu me tornaria caso seguisse postergando o que dependia de mim, sentia um grande receio desse futuro. Sabia que não podia continuar desse jeito. As causas do meu comportamento estavam dentro de mim, como falta de vontade, indisciplina, desobediência e tantos outros pensamentos negativos, que a Logosofia identifica como deficiências psicológicas.
Na natureza nada dá saltos, existe um processo. Na Logosofia, aprendo que o processo que devo realizar dentro desse autoconhecimento é em busca da evolução e de procurar ser melhor a cada dia. E não é só isso. Posso ser consciente desse processo para que, além de poder repeti-lo quando quiser, eu ensine a outras pessoas como fui perdendo o medo que sentia do futuro.
Nesse período na faculdade, por exemplo, trabalhei comigo mesma para buscar vencê-lo e, aos poucos, fui dominando melhor meu tempo e perdendo parte desse temor ao futuro.
À medida que segui firme no propósito de ser melhor, de não mais postergar minhas tarefas acadêmicas, trabalhando com a disciplina, a constância, a decisão — pensamentos que são nomeados pela Logosofia como antideficiências —, fui enxergando as minhas capacidades e ganhando confiança de que sim, eu, Cecília, sou inteiramente capaz de estudar e esforçar-me para alcançar os objetivos que me proponho.
Atualmente, estou vivendo um novo momento na faculdade: a colação de grau, a entrega do diploma após cinco anos de curso e a conquista do título de enfermeira. Como vejo meu futuro?
Neste momento em que concluo esta etapa e sinto que meu futuro depende de mim, qual caminho devo tomar, quais escolhas devo fazer? Recordei de tudo que experimentei e decidi preparar-me para uma prova de especialização.
Sabia muito bem que não bastava saber qual seria o conteúdo cobrado, os tipos de questões, as matérias a estudar, os planos de estudo a seguir, quantas horas por dia dedicar e tantos outros detalhes. Eu precisava, mais uma vez, voltar minha atenção para o mundo das causas: a minha mente. Então, fiz um ensaio de como seria estudar, quais pensamentos poderiam aparecer para me distrair ou desmotivar-me, e de quais forças eu precisaria munir-me para me defender.
Cheguei ao ponto central: por que estudar para essa prova? De que forma ela estaria contribuindo para minha evolução como ser humano? Como extrair dessa experiência planejada não só os conhecimentos específicos necessários para a prova, mas muitos aprendizados sobre mim mesma?
Eis aí a grande chave que pode mudar completamente como eu enxergo essa e outras experiências da vida. Podem ser apenas etapas passageiras, ou grandes baús de tesouros, repletos de recordações de valiosos aprendizados e espaços para cultivar os valores que desejo ter como ser humano, sendo diferente do que sou hoje.
Projetei na experiência de preparo para essa prova o objetivo principal de aprender sobre mim mesma, cultivando de forma consciente o pensamento da relevância do estudo, que também é um pensamento de evolução.
Toda vez que sento para estudar, recordo que não estudo somente para a prova. É, na verdade, uma oportunidade de cultivar mais uma vez a disciplina, a constância, a resolução, a confiança em mim mesma, e tantos outros valores que, como ser humano, tenho a prerrogativa de conquistar.
Hoje já sou um pouco mais disciplinada do que era ontem, do que era há dois meses. E assim transformei a experiência e criei uma poderosa defesa contra a distração, o desânimo, os pensamentos que querem fazer-me desistir e que eu escolha o que é mais fácil.
Ao estudar Logosofia, tenho conseguido mudar de verdade quem eu sou. A Cecília de hoje já consegue enxergar um futuro feliz, com muitas possibilidades, e sente-se mais leve ao constatar que tal futuro só depende dela e de como ela escolhe forjar seu próprio destino.