Já li muitos livros, sobre os mais variados temas e assuntos. Mas há dois temas que sempre despertaram em mim muito interesse: Deus e o Universo. Aliás, estes temas sempre inquietaram o ser humano e, desde os primórdios, foram “destrinchados” das mais diversas formas, algumas especulativas, outras dogmáticas, outras com traços científicos…
Há, entretanto, uma pergunta que sempre surge, em uma e outra oportunidade, questionando se existe ou não Deus. Aqueles que questionam a Sua existência autointitulam-se “ateus”, e, pela minha observação, essa corrente de pessoas tem aumentado de forma significativa nos últimos tempos.
Certa ocasião, numa conversa entre amigos, um deles fez essa afirmativa: “Eu não acredito na existência de Deus, pois pra mim isto não faz nenhum sentido”. Naquela época, não tive elementos convincentes para lhe levar um novo conceito. Nunca esqueci aquela afirmativa, um tanto quanto inesperada. Passado o momento, perguntei-me: mas sobre qual Deus ela estaria se referindo?
Num aspecto eu tenho que concordar: o tema Deus é tão debatido e mistificado em nossa sociedade que, quando se começa a refletir a esse respeito, com tantas incoerências que são faladas, escritas e, principalmente, realizadas em Seu nome, fica difícil discernir o certo do errado, o que faz e o que não faz sentido. Com certeza, não seria difícil descobrir que a maioria do que ouvimos a Seu respeito é totalmente incoerente com Sua magnitude e grandeza.
Recentemente, lendo um livro chamado “O Senhor De Sándara“, escrito por González Pecotche, encontrei uma reflexão que me deixou muito inquieto e impressionado com a clareza com que o personagem, De Sándara, responde a um grupo de pessoas à seguinte pergunta: “Deus existe? O senhor pode provar sua existência?”.
A resposta que o personagem deu — de forma coerente, exata, sem a influência de preconceitos, ideias extremistas ou especulações — poderia mudar completamente, e para muito melhor, o rumo da humanidade.
“De Sándara” inicia sua resposta da seguinte forma:
Um pouco mais à frente, prossegue:
Ora, se o Universo em toda a sua complexidade e harmonia — macro, micro, nano — não for prova suficiente da existência do Criador, o que mais seria? Há muito mais ainda nas páginas deste livro intrigante e que nos remete às mais profundas reflexões a respeito da vida, do ser humano, do objetivo da vida e de como o homem poderá reencontrar finalmente o “elo perdido” com o seu próprio Criador.
A ciência já nos deu inúmeras comprovações nesse sentido ao longo do tempo. Quanto não foi o atraso sofrido pela humanidade por causa da mentira imposta, durante séculos, de que a Terra seria o centro do Universo? Quantas mentiras como essa foram superadas e quantas ainda persistem na mente humana? A negação a um fato é, muitas vezes, a forma que utilizam alguns quando não concordam com algo que lhes é apresentado de forma imposta ou sem nexo.
O meu amigo, ao negar a existência de Deus, será que o fazia exatamente por essa razão? Como não via coerência no que lhe era apresentado, preferia, simplesmente, negá-Lo?
Se existe, portanto, uma criação, é lógico pensar que há um Criador. Absurdo seria alguém duvidar da existência de seus próprios pais!
Mas se o homem, desde os primórdios, tem feito essa pergunta, e a dúvida ainda persiste em toda humanidade, por que a resposta não se apresenta a todos de forma tão simples e direta? O que impede aos seres enxergarem essa realidade?
Por que será que, em pleno século XXI, após tanto avanço material e tecnológico, o ser humano ainda segue preso a essa pergunta tão fundamental ao seu desenvolvimento espiritual