Gosto muito da analogia que o filme Matrix faz entre o mundo real e o fictício, criado por um computador para manter os homens “ocupados” na sua aparência de vida real. Os humanos têm seus cérebros conectados a um sistema, responsável pela criação de uma realidade virtual que constantemente os “engana”.
Num determinado momento, o protagonista do filme, um rapaz (Neo) que não se conforma com a vida como ela é, encontra-se com um homem misterioso (Morpheus), que lhe explica que o mundo no qual eles vivem não é o verdadeiro. Oferece ao jovem a opção de tomar a pílula vermelha, e, com isso, descobrir o que existe de verdade, além daquele mundo ilusório.
No momento da oferta da pílula, aparece o grande dilema do ser humano: ele deve se conformar com uma vida agradável, repleta de distrações e modismos e que o conduz no “piloto automático”? Ou deve optar pela pílula vermelha, que fará com que conheça a realidade verdadeira da vida e assuma o controle de sua existência, seguindo em frente, custe o que custar? Neo escolhe a pílula vermelha.
Mas nem todos fazem essa escolha. Um dos momentos mais impressionantes do filme para mim é quando um rapaz que conheceu a “vida real” pede para ser inserido novamente no mundo fictício, solicitando que a sua memória seja “apagada” para que volte a acreditar, resignado, na ilusão de que a verdadeira vida é aquela, fantasiosa. Num restaurante, ele dá uma garfada num pedaço de carne e diz: “eu sei que essa carne é de mentira, mas é isso o que eu quero”. Ou, em outras palavras, “me engana que eu gosto”.
Quantos de nós querem viver assim, no mundo irreal? Surpreendentemente, muitos. É imenso o número de pessoas que acreditam que a vida é “isso aí” e que aceitam facilmente a perda da individualidade, fundindo-se na multidão anônima, transformando-se em “homens-massa”.
Mas, afinal, a vida é uma mera aparência? Se sim, qual é a vida real?
No filme, vem a revelação: fora da Matrix, a vida real é miserável, repleta de carências. É um inferno de provações sem fim.
E a minha grande descoberta com o estudo da Logosofia foi que, pelo contrário, descobrir a verdadeira vida proporciona ao ser uma surpresa sublime.
Para explicar melhor, vou contar a história de um amigo que, na infância, morou num casa modesta, de terra batida. Em suas brincadeiras, gostava de cavar um buraco no chão e de enchê-lo com água para fazer navegar um barquinho. Ficava nisso por horas e horas, vivendo num outro mundo. E era imensamente feliz… E que o barquinho responsável por aquela sensação de alegria indescritível era muito simples. Mas afinal, que mundo é esse do barquinho do meu amigo?
Tenho certeza de que você sabe o que estou falando. Tenho certeza de que o maior iate do mundo não consegue proporcionar a mesma felicidade gerada na brincadeira da criança.
Agora faça um exercício: feche os olhos e procure se lembrar quanto tempo demorava para chegar seu aniversário na sua infância. Entre um e outro ano não parecia haver uma eternidade? Sabe por quê? Porque a criança vive no tempo eterno, o verdadeiro, que não é o tempo das horas do relógio.
Tudo isso que estou descrevendo: encanto, infinito, eternidade e alegria não estão relacionados ao mundo material. A que mundo pertencem essas sensações?
Certamente, não são do mundo físico. São do mundo espiritual, o mundo de onde vem a criança ao literalmente “aterrizar” nesse planeta. Quer dizer que a gente tomou um tipo de pílula que fez a gente sair desse mundo maravilhoso da infância? É quase isso.
Se queremos sentir a maravilhosa sensação de existir é importante que aprendamos a viver nesse mundo espiritual novamente. E a Logosofia apresenta justamente conhecimentos para que possamos realizar essa maravilhosa trajetória de volta.
A vida verdadeira, a vida interna, ocorre no mesmo plano em que vivíamos na infância, e conectar-se a ele na idade adulta é a experiência mais maravilhosa que um ser humano pode ter em sua vida na Terra. Passo a passo, a Logosofia tem me reapresentado a mim mesma, ao ser interno esquecido lá dentro de mim, e com isso tenho experimentado a mais sublime sensação de existir, independentemente das condições que a vida material me oferece.
A verdadeira vida que a Logosofia nos apresenta e ensina a viver é muito melhor do que a vida de aparência. A realidade da vida é linda.
Ao escrever esse artigo, sinto-me como o próprio Morpheus, oferecendo a você a pílula vermelha. Se você conhecer o que a Logosofia revela, ou seja, se aceitar a pílula vermelha, garanto que a sua consciência será despertada para a verdadeira vida. E, depois disso, a sua existência nunca mais será a mesma.