Quantas vidas já vivi? Quantas vidas vivo hoje e agora? Quem quer que observe a si mesmo e aos demais poderá identificar algumas respostas para essas perguntas.

Não serão necessárias grandes elucubrações para constatar que vivemos várias vidas em uma só, que nos desdobramos em segmentos de tempo e conteúdo, distintos e complementares. À vida familiar, seja entre cônjuges ou pais e filhos, pode-se somar a vida profissional, a vida de relação com os amigos, ou a vida escolar, por exemplo. Cada uma delas traz uma riqueza e complexidade ímpares, e cada uma delas se constitui em campo de experimentação e aprendizado.  

  • Mas qual delas seria a mais importante?
  • Em qual delas me sobressaio?
  • Há como equilibrá-las?
  • Devo desenvolver alguma dessas vidas em detrimento das demais?
  • Posso negligenciar alguma?
  • Qual o objetivo da vida?
  • Como eu posso ser a mesma em todos esses campos de atuação?
  • Há como ser consciente de tudo o que vivo? 

Essas são algumas das tantas perguntas que alguém pode se fazer quando surgem algumas inquietudes sobre a vida e seu objetivo. 

Todos temos histórias e experiências diferentes, mas o que observamos que temos em comum em nossas vidas? Não, não me refiro a observar perfis, bios, blogs ou vlogs, ou fotos das diversas mídias sociais que temos hoje em dia e a fazer uma extração do denominador comum dessas manifestações. Muitas das vezes o que é postado pode escamotear a realidade que se vive. 

Se fizéssemos uma enquete sobre a vida de cada um, obtendo respostas sinceras, poderíamos constatar que praticamente em todas as respostas haveria a descrição de uma dificuldade, de um desafio grande ou pequeno e de muitas lutas. 

Quem não enfrenta, já enfrentou ou possivelmente enfrentará uma ou mais lutas na vida? Podemos logo concluir que a luta é uma constante na vida, mas a essa luta podemos nos apresentar das mais variadas formas.   

González Pecotche, autor da Logosofia, pondera que o simples fato de despertarmos cada dia e de nos encontrarmos sobre a superfície da terra, e não, ao contrário, abaixo do solo, já é um grande motivo para nos sentirmos gratos e encararmos a vida e suas lutas com valentia, valor, empenho e alegria! Raciocínio simples até, mas infelizmente quase nunca praticado. A posição seguinte deveria ser a de encarar a luta como lei da vida, e colocar os problemas dentro da vida, e não o inverso. 

No livro “Bases para a sua conduta”, Pecotche afirma que:

“Quando as lutas que a vida lhe oferecer forem duras, suavize-as. Não aumente sua dureza tornando-se pessimista ou deixando que sua fortaleza decaia. Faça da luta, em todo momento, um ensinamento; torne doce seu sabor quando essa luta lhe for amarga. Verá como a observância deste conselho o levará ao triunfo.”