Por ora, classifiquemos os sonhos em duas configurações diferentes: os lúcidos e os confusos, sendo os primeiros muito menos frequentes que os últimos. É a faculdade do sonho a única da mente que atua enquanto o ser dorme; as demais, todas elas, descansam. Sem dúvida alguma, ela é a válvula de desafogo psíquico que permite, sem desequilibrar o sistema mental, descongestionar a mente da aglomeração de pensamentos que atuaram durante a vigília, atraídos quase sempre pelas situações difíceis ou consultados sobre a forma de encará-las. (livro Diálogos, página 175)

O mistério dos sonhos é explicado no livro Diálogos, dando-nos referências sobre as suas configurações e o papel que desempenha tanto para alma como para o espírito do ser humano. Sendo o sonho uma experiência individual, vejamos abaixo como ele pode ser vivenciado e compreendido através de uma poesia que ilustra uma parte dessa realidade:

Sonhar
Sonhar é viver em outro mundo
É estar sem ter ido
É viajar sem ter saído
Conviver sem estar junto
O sonho me transporta
Me agita e surpreende
Minha mente não compreende
Mas por vezes me conforta
O impossível no sonho some
Tudo parece realidade
Lembranças, temores e vaidade
Se misturam enquanto dorme
Imagens de serpentes
E outros tantos momentos
Mostram como os pensamentos
Dominam nossas mentes
Também tem sonho lindo
Aquele de que o espírito gosta
Que vem suave e me mostra
Um novo ser evoluindo
Mas sonhar é bom e instrutivo
Me dou conta do que há na mente
Que me alegra ou me faz deficiente
Mas que é parte do meu ser evolutivo
Sonhar é viver em outro mundo
Refletir e recordar o que vivi
Repensar e reviver o que senti
Ter o espírito e a alma sempre juntos