Em uma tarde, passando por alguns canais de TV, deparei-me com a imagem de um cardume tentando se livrar de seus predadores. Como em um perfeito balé, seus movimentos sincronizavam-se dificultando ao predador focar em um só peixe e ainda concorrendo para assustá-lo e intimidá-lo. Percebemos que a natureza está em equilíbrio e nos apresenta muita sabedoria. Observando-a, veio-me, como um raio, o seguinte questionamento: por que o ser humano também não age assim para se sobrepor às dificuldades e se proteger dos tantos males que o cercam? Nós, como seres humanos pertencentes a essa mesma natureza, também não teríamos que estar em equilíbrio?

Por que, em muitos momentos do convívio, aparecem fatores que nos afastam como a intolerância, a impaciência, a irritabilidade, a inadaptabilidade, tirando o lugar da conciliação e do bom entendimento?

Fiz uma reflexão comigo mesma: por que tenho dificuldades de controlar minhas reações, mesmo sabendo quantos prejuízos me trazem caso não ocorram de modo consciente?

Nesse período de quarentena, deparei-me com vários desafios; um deles foi a quantidade de tarefas domésticas que precisavam ser realizadas, o que fazia com que, volta e meia, alguns desentendimentos surgissem na família.

Aqui em casa somos quatro: eu, meus dois filhos jovens e meu marido. Foi, então, que me veio uma grande ideia: fazermos um melhor uso dos nossos finais de semana, momento em que estamos mais juntos e sem muitas tarefas, aproveitando para unirmos as forças em nossos afazeres domésticos, para que, durante a semana, pudéssemos nos dedicar com mais tranquilidade às responsabilidades pessoais.

A Logosofia me ensinou que, no meu dia-a-dia, devo perceber essa força que tem o coletivo quando atua em conjunto. Aprendo sempre que posso extrair muitos benefícios com o convívio entre os seres. Percebo que a força que temos, quando nos unimos e movemos esforços e energia para enfrentarmos obstáculos juntos, faz com que todos se beneficiem de várias maneiras, o que nos permite crescer mais e, melhor ainda, absorver muitos elementos das experiências.

Estudando um dos livros de Logosofia, um de seus ensinamentos me fez pensar na força que possui a união. O ensinamento dizia que

A razão da confiança, da boa-fé, é o ponto de conexão entre dois entendimentos pelo fato de que, enquanto um emite seu pensamento, o outro o recebe por um acordo direto que provém da tolerância e do respeito comum – tão natural nas pessoas cultas – e, também, da afinidade no sentir e no pensar.

Essa forma de pensar e sentir com mais tolerância e respeito possibilitou uma maior união e vinculação entre meus familiares, evitando desentendimentos e permitindo que explorássemos o melhor uns dos outros, em prol de um objetivo comum.

O convívio mais harmônico com meu próprio ser e com meus semelhantes foi um dos resultados incríveis de toda essa experiência!