Algo que nunca devemos esquecer são as chaves. Elas nos acompanham aonde vamos. Com seus variados formatos, são elas que abrem as portas que atravessamos rotineiramente.

Quando perdemos uma chave por desatenção ou a esquecemos em algum lugar, vem uma sensação desagradável. Nesse deslize da memória, recorremos aos especialistas de plantão para uma ajuda urgente: os chaveiros!

Outro dia, observando um pai carregando no bolso uma penca de chaves e que precisou dos serviços daqueles profissionais, observei seu filho inquirindo:

– Por que precisamos de tantas chaves, papai?

– Temos muitas portas a serem abertas! Respondeu despreocupadamente o pai e concluiu:

– E assim levamos nossas vidas, abrindo portas, meu filho…

Provavelmente, esta resposta deixou o garoto satisfeito.

Entretanto, existe outro grupo de chaves que podem governar a vida e que são imateriais: os pensamentos que habitam nossa mente. O que conheço sobre eles? Sei usá-los com lucidez e acerto? Sei que aprender a pensar é um exercício constante?

A arte do controle dos pensamentos

Quanto mais conhecimento sobre isso eu vá adquirindo e praticando, mais essas chaves imateriais terão a me oferecer, abrindo o acesso ao conhecimento, à elucidação e à compreensão dos fatos da própria vida com segurança, como, por exemplo, nas ações ou em palavras ditas.

O controle dos pensamentos é fundamental para evitarmos problemas na vida.

Pensamentos de vício, de preconceitos, de ira, de falta de vontade e de preguiça são exemplos que podem estar presentes no recinto mental e que podem fechar o trânsito saudável da vida.

Porém, adquirindo uma conduta de excelência, abriremos caminhos felizes nos trechos a percorrer, mediante a prática da serenidade, concisão e circunspecção, virtudes que são resultantes da experiência individual.

A Logosofia nos ensina:

Enquanto o ser viver alheio por completo a quanto ocorre em sua região mental e não conhecer a chave mediante a qual poderá obter um severo controle sobre ela, não poderá jamais alegar que é dono de si mesmo e, portanto, não poderá pensar livremente.

É necessário, com a ajuda da atenção – chave para o uso correto da inteligência – alcançar o controle sobre o que se passa na mente.

Outro dia, precisei de uma colaboração no trabalho: saber onde estava um material que havia emprestado a um colega de profissão. Fiquei irritado, pois não havia tido o retorno com rapidez. E, logo em seguida, um pensamento, uma chave necessária naquele momento, disse-me com uma voz calma: “olhe dentro do armário recentemente organizado, pode estar lá…!” Dito e feito: a devolução do material havia sido realizada. Isto me fez refletir sobre a paciência inteligente, atitude ativa ensinada pela Logosofia: enquanto eu espero a resposta, busco soluções, por mim mesmo, de forma serena e tranquila!

Não devemos ser escravos dos pensamentos negativos e das vicissitudes humanas, tão comuns nos dias de hoje. E, em seu jugo, permanecemos inativos, estáticos, inertes e alheios a tudo.

Com suas chaves imateriais, o homem pode ser o dono de si mesmo e da sua casa mental, abrindo, assim, as portas da felicidade.