Outro dia, meu filho mais velho estava brincando sozinho no quintal e de repente entrou na cozinha e disse:
-“Pai, você sabia que quando um pai e uma mãe decidem ter um filho eles fazem uma promessa de que irão cuidar desse filho?”
– “Promessa? Mas promessa a quem?”, respondeu meu marido, e meu filho, com muita naturalidade, disse:
– “A Deus”.
– “Ah, é?! Mas alguém te contou isso, meu filho?”, perguntou meu marido de volta.
-“Não, pai, ninguém me contou; estava dentro de mim.”
Dentro, onde? Onde dentro de nós guardamos conhecimentos que sustentam a nossa vida e se conectam às verdades contidas na Criação?
Para nós que somos pais, e todos que lidam com criança no seu dia a dia, é muito claro que a criança não é uma tábua rasa, que vem zerada, um espaço vazio onde depositamos os nossos conhecimentos… Cada criança já traz a sua bagagem, o seu conteúdo, a sua história — e esse conteúdo, que é só delas, é o que as individualiza.
Todos nós trouxemos o nosso conteúdo interno e continuamos nessa construção ao longo da vida, através das diversas experiências instrutivas que somos convidados a passar.
Surge então a inquietude: qual é o conteúdo que me individualiza? Qual é a minha história, e onde eu encontro esses conhecimentos que estão dentro de mim e que me pertencem e me conectam a verdades maiores?
O criador da Logosofia, Carlos Bernardo González Pecotche, no livro Deficiências e Propensões do Ser Humano, página 86, ensina que a consciência é a “arca das recordações”, guardando nossa história individual.
E nossa história não está isolada do Universo não somos fragmentos soltos e desconectados. Nossa história se conecta à Criação, e é justamente através da consciência individual que vamos resgatando essa história e acessando verdades que são Universais.