Por muito tempo, achei que fazer o bem se limitava apenas a grandes ações, como realizar trabalhos voluntários ou seguir carreiras como a de policial, bombeiro ou médico. No entanto, ao estudar Logosofia, tive a oportunidade de rever esse conceito e hoje tenho uma visão diferente.
Um dia, em meio a uma atividade no Setor Infantil da Fundação Logosófica, notei que, na hora do lanche, um menino estava um pouco isolado dos demais porque seu melhor amigo não estava presente. Decidi sentar-me ao lado dele para lancharmos juntos e conversamos sobre diversos assuntos, especialmente seus interesses em videogames.
Ele me contou que, por muito tempo, quis chegar logo aos 12 anos, pois vários jogos que pedia aos pais tinham essa classificação indicativa, e ele, com apenas sete, não podia jogar. Perguntei se isso havia mudado, já que usou o tempo passado, e ele respondeu que sim . Contou que assistiu a um filme com um familiar sobre viagem no tempo e, depois disso, refletiu e concluiu que o tempo passa e não podemos voltar ao passado para realizar o que ficou para trás. Disse ainda que, se continuasse com aquele pensamento, acabaria perdendo alguns anos de sua vida e não conseguiria aproveitar os que viriam.
Então, ele percebeu que deveria viver a própria vida aproveitando ao máximo o seu tempo, pois, em algum momento, chegaria aos 12 anos, poderia jogar os jogos que tanto queria e ainda teria aproveitado bem os anos anteriores.
Depois de refletir sobre essa experiência, percebi que ali ocorreram dois atos de bem: o meu, ao me aproximar e mostrar interesse por sua vida; e o dele, ao compartilhar comigo o aprendizado que tirou da reflexão.
Hoje, vejo que o bem se revela nas pequenas ações do dia a dia, e sou profundamente grata a esse menino, que, sem perceber, me ensinou lições valiosas para a vida.