Há alguns anos, minha bisavó faleceu. Ela não tinha nenhuma doença que indicasse esse desfecho naquele momento, por isso foi algo inesperado. Em sua despedida, pude recordar de muitos momentos felizes vividos com ela.
Sempre me senti uma pessoa de sorte por ter convivido com minha bisavó por 25 anos! Eu frequentava muito sua casa, fizemos viagens juntas e criamos memórias muito especiais. Ela me contou muitas histórias sobre sua vida e sempre cuidou de mim com enorme carinho. Quando me mudei de cidade, conversávamos por telefone quase toda semana. Com o passar dos anos e seu envelhecimento, as chamadas foram diminuindo, pois ela queria conversar menos. Além disso, com a vida adulta, pude visitá-la menos vezes do que gostaria, mas, ainda assim, nosso vínculo permaneceu forte.
Apesar da tristeza por sua partida, ficou uma lição valiosa: é preciso criar e valorizar as oportunidades que a vida nos dá para estar presente na vida das pessoas que amamos. Nem sempre a presença será física, mas sempre há maneiras de manter o vínculo vivo. Até hoje sinto saudade dela e de nossas conversas, mas tenho aprendido com a Logosofia que a vida física pode se encerrar, enquanto a presença de quem amamos permanece viva em nós. Minha bisavó será eterna em minha vida: ela vive em minhas recordações e também nas dos meus familiares. Com certeza, contarei sobre ela aos meus futuros filhos. Sua vida marcou a minha de diversas formas!
Muitas vezes me vejo envolvida pelos problemas cotidianos, pelas atividades profissionais e por distrações que nada me agregam, e acabo me esquecendo de que a vida deve ser mais do que isso – deve ter alcances superiores. Ainda que administrar minha casa, trabalhar e me divertir sejam aspectos importantes, a vida física é muito breve, e muitas dessas coisas são efêmeras. Por isso, é necessário que eu equilibre melhor minhas atividades para cultivar o que é permanente: o afeto, os momentos alegres, fazer o bem, o cultivo das amizades e dos vínculos familiares. Também é essencial adquirir conhecimentos superiores que me ajudem a ser melhor como ser humano, por meio de um processo de aperfeiçoamento. Pensar no que é permanente dá outro significado à minha vida.
Algo que venho aprendendo com a Logosofia – e que tem me ajudado no esforço de me dedicar ao que é imperecível – é colocar os problemas dentro da vida, e não a vida dentro dos problemas. Dar aos problemas o tamanho que eles realmente têm me ajuda a encontrar soluções com mais rapidez e direcionar meu tempo para o que realmente importa .
Se eu não tivesse criado vínculos afetivos com minha bisavó, aproveitado as oportunidades de desfrutar de sua presença e aprendido com suas virtudes, sem dúvida ela não estaria tão viva em minhas recordações, e eu estaria pensando que deveria ter me esforçado mais para aproveitar melhor os momentos com ela.
Hoje, busco fazer o mesmo movimento com meus avós, demais familiares e amigos. Quanta felicidade sinto ao compartilhar minha vida com eles! Minha própria vida se amplia, e eu me eternizo em suas vidas.