Família

A riqueza de uma vida mais consciente

maio de 2024 - 3 min de leitura
Família

A riqueza de uma vida mais consciente

maio de 2024 - 3 min de leitura

Meu nome é Larissa. Sou casada, médica e mãe de duas crianças de dois e de cinco anos. Um dos meus objetivos de vida é ser mais consciente. Tenho procurado não viver no automático. Também tenho me esforçado para que minha vida seja mais do que acordar, trabalhar, levar os filhos para a escola, etc. E como posso ser mais consciente daquilo que vivo? Como minha vida pode ser ampliada?

Tenho aprendido com a Logosofia que a atenção é sinal de consciência. Se não estou atenta, não consigo observar internamente nem meus sentimentos, nem meus pensamentos. Posso passar, por exemplo, muito tempo com meus filhos sem que esse tempo seja produtivo. A desatenção também favorece a manifestação de deficiências, de pensamentos negativos como a impaciência e a intolerância.

Recordo do aniversário de dois anos do meu filho menor. Nessa ocasião, estávamos passando as férias na casa de praia de meus pais, um lugar simples, sem luxos, mas que tem uma varanda onde os meninos gostam de correr e de brincar. Foi um aniversário sem sofisticação, mas observei que meu filho estava muito feliz, mais do que em outras comemorações quando haviam mais convidados. Andava pela varanda, brincava com os primos, colocava o dedinho no bolo de chocolate e brincava entusiasmado com a bola de plástico que havia ganhado. Não estaria ali a verdadeira felicidade? A convivência com as pessoas que nos são mais caras?

Algum tempo depois, ensaiei comemorar o meu aniversário de modo diferente. Apesar de não poder reunir-me com a família e os amigos, procurei estar atenta para que fosse um dia feliz. A data caíra em um dia em que eu estaria de plantão, mas felizmente consegui fazer uma permuta e, assim, pude ficar em casa com meus filhos, receber os telefonemas, as mensagens de carinho e desfrutar daquele dia, valorizando e procurando entender melhor o significado da vida, recordando de momentos felizes e de pessoas queridas. Esse foi o meu presente! Foi um dia muito feliz. Aproveitei cada momento, desde o café da manhã até os parabéns e os cartões feitos pelos meus filhos. Observei ali que a felicidade é formada por pequenas porções de bem.

Tenho entendido que não precisamos de muito para sermos felizes. O materialismo, a busca por mais e mais, traz-nos angústia, insatisfação. A vida se amplia quando conseguimos ver o que realmente importa, mas para isso precisamos estar atentos.

A convivência permite um vasto campo de experiências. Muitas vezes surgem reações internas, principalmente com os mais próximos, quando me incomodo, por exemplo, com o jeito da pessoa se portar, conduzir uma situação ou até mesmo opinar.

Quando me sinto incomodada na convivência, principalmente com os mais próximos, eu me recordo de um trecho do livro do Senhor de Sándara, um romance escrito pelo autor da Logosofia. Nesse trecho, uma personagem diz a seu esposo: “Cláudio, até quando seguiremos pensando que são os demais que devem mudar seu modo de ser? Isso não é desejar um bem que a nós mesmos estamos negando?” Compreendi que preciso fazer um esforço para não me deixar incomodar com o outro.

É fácil? Não, não é. Tem sido um desafio que, quando consigo realizar, deixa-me feliz ao saber que devo favorecer a evolução do outro, mas que a mudança principal deve sempre partir de mim mesma. Tem sido um desafio que — quando consigo realizar — deixa-me feliz, porque sei que devo favorecer a evolução do outro, mas que, no entanto, a mudança principal deve sempre partir de mim mesma.


Um pensamento de

 Larissa Lanna Reis
Larissa Lanna Reis Horta, natural de Belo Horizonte, médica, casada e mãe de dois filhos. Estudante de Logosofia desde 2001.

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