A possibilidade de estudar meu mundo mental e identificar nele a força edificante de um pensamento de bem, assim como as desastrosas consequências da atuação de um pensamento negativo, tem sido para mim uma maravilhosa oportunidade. Nessa perspectiva, situações cotidianas aparentemente sem muito valor podem se revelar ricas experiências para minha formação como um ser humano melhor.
Uma simples roda de conversa entre colegas de faculdade, em que, por exemplo, surja o pensamento de caçoar de alguém que não necessariamente esteja presente, pode parecer apenas mais um momento de convivência habitual. Normalmente, todos riem e fazem comentários desnecessários, muitas vezes sem perceber os erros contidos nessas atitudes, influenciados pelo ambiente mental que impera naquele momento. Quantas vezes, ao refletir sobre uma situação assim – geralmente com pesar –, considerei o que foi dito injusto ou mesmo pejorativo?
Falar por impulso, estimulado pelo ambiente mental criado por um grupo de pessoas, foi algo que experimentei muitas vezes. Já cheguei a me expor desnecessariamente e só depois percebi que se tratava de uma vivência nada construtiva. Ao refletir sobre essas situações, percebi que buscava satisfazer uma alegria aparente, que nem sequer era minha. Seria possível atuar de modo a prevenir tais pensamentos antes que dominassem minha mente e guiassem minhas ações?
A descoberta das defesas mentais, que, à medida que se fortalecem, impedem que eu me manifeste de maneira indevida, foi uma grande conquista. Não que eu fique calado em todos os lugares ou que minhas atuações sejam sempre oportunas, mas essas defesas favorecem que eu possa manifestar outros pensamentos, mais felizes, que promovam uma alegria saudável, sem a necessidade de me expor ou prejudicar alguém.
