Comportamento

Fazer juízo sobre pessoas: tarefa delicada

junho de 2023 - 3 min de leitura
Comportamento

Fazer juízo sobre pessoas: tarefa delicada

junho de 2023 - 3 min de leitura

Quem ainda não se sentiu desconfortável ao fazer um juízo precipitado sobre alguém? Com muita frequência nos encontramos diante de situações que nos exigem fazer um julgamento sobre pessoas ou situações. O que levar em conta para reduzir ou mesmo eliminar o risco de cometer erros em tais casos? Este é o tema do artigo.

Existem situações que poderiam ser consideradas absolutamente corriqueiras, mas que podem se constituir em motivo de análise e reflexão, dependendo de como as encaramos.

Quem é ou já foi síndico em um condomínio certamente vive ou já viveu situações que implicam em formular juízos em relação a episódios envolvendo moradores. Em tais casos, toda cautela é indispensável para não se cometer injustiças e prejudicar o conceito do condômino e dos envolvidos nas situações.

Recentemente, como síndico, fui informado pelo zelador e pelos porteiros diurno e noturno que o novo morador, que se mudara recentemente, após entrar ou sair da garagem, deixava sistematicamente o portão aberto, o que obrigava o porteiro em serviço a fechá-lo com o controle remoto.

Percebi claramente, em cada um deles, a tendência a considerar o novo morador como desatento ou simplesmente relapso. Entrei em contato com o novo morador, de forma oportuna e adequada, e informei-lhe que certamente ainda não tivera tempo de ler o Manual do Morador, que esclarecia a respeito do uso da garagem. O procedimento adotado é que o morador deve acionar o controle remoto do portão ao entrar e também ao sair, para fechar o portão.

Ele agradeceu pela advertência e informou-me que, em realidade, havia considerado que o portão se fechava automaticamente. No condomínio de onde viera, o morador apenas acionava o portão ao entrar e sair e o portão se fechava automaticamente, daí seu comportamento em nosso condomínio. Após o meu esclarecimento, ele passou a adotar o procedimento recomendado.

Cuidei de repassar esta informação ao zelador e aos porteiros, para que corrigissem um equivocado julgamento que certamente haviam feito do novo morador e, da mesma forma, fiz contato com ele para informar-lhe que havia esclarecido junto aos funcionários o motivo de seu comportamento, deixando-o agradecido pelo cuidado que tive em defender o seu conceito.

Uma situação simples que reflete o risco de nos precipitarmos, fazendo julgamentos sobre terceiros, sem reunirmos todas as informações e elementos para um juízo prudente a respeito dos demais.

Quantas vezes um comportamento, uma atitude de alguém, seja de um amigo, familiar ou colega de trabalho — principalmente se, a nosso juízo, não foi adequado — pode induzir-nos a juízos precipitados, dos quais depois nos arrependemos e que ferem a ética, ou seja, o nosso relacionamento com os demais.

González Pecotche, criador da Logosofia, em seu livro Curso de Iniciação Logosófica, afirma: “A ética não teria finalidade ou, melhor ainda, não cumpriria seu verdadeiro objetivo social, se não contivesse os elementos básicos que a tornam possível, a saber: elevação de propósitos, tolerância, paciência, obsequiosidade sincera, naturalidade no trato, afabilidade, prudência e tato nos juízos que se emitem sobre terceiros. Arrematando este enunciado ético, diremos também que, acima de tudo, haverá de reinar a cortesia como expressão de afeto e de respeito e, do mesmo modo, o pensamento conciliador, que consolida a mútua consideração e entendimento.”


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