Há alguns dias, eu estava na academia com uma camiseta em que se lia: “Everything is a Choice” (“Tudo é uma Escolha”). Enquanto fazia os exercícios, meu professor – um senhor reflexivo e questionador –, se aproximou, leu a frase e perguntou se, de fato, tudo era uma escolha. E ainda acrescentou: “Somos nós quem escolhemos”?
Aquilo me pegou de surpresa, mas levei a pergunta a sério . Nas horas e dias que se seguiram a esse episódio, recordei estudos que já tive oportunidade de realizar na Fundação Logosófica sobre a verdadeira liberdade.
Eu me encontro em um momento da vida em que preciso fazer uma série de escolhas relacionadas a caminhos profissionais, gestão financeira, constituição de família, entre muitas outras. Tantas vezes me observo “imitando” o que os outros fazem, acreditando que, se alguém que conheço e em quem confio está seguindo por determinada trilha, eu também deveria segui-la. Ou então me observo questionando o que os demais fariam em meu lugar, como que querendo terceirizar minhas decisões.
Entendo que, dessa forma, eu e os que estão à minha volta vivenciamos uma sequência de escolhas inconscientes e, muitas vezes, limitadas. É como se houvesse um cerco que nos impedisse de desbravar o desconhecido, de experimentar novos rumos.
Somos realmente livres quando agimos no automático, sem a devida reflexão? Somos livres quando nos entregamos por completo aos prazeres da vida comum ou quando buscamos ser sempre admirados? Somos livres quando nos posicionamos em um ou outro extremo, ou quando fazemos algo que vai contra o que acreditamos ser o certo?
Pode alguém tirar nossa liberdade?
Tenho aprendido que a verdadeira liberdade nasce no íntimo de cada um, manifestando-se na liberdade de pensar livremente, sem amarras. A Logosofia conceitua essa liberdade como a possibilidade de refletir e atuar a todo momento com independência de preconceitos, de ideias alheias, do que dirão etc., e, além disso, de não fazer, pensar ou dizer o que não devemos.
Após essa reflexão, responderia ao professor que, para mim, existe uma chave preciosa neste conceito: liberdade não é agir sem pensar nas consequências, não é comportar-se como se o mundo existisse apenas para satisfazer minha vontade, nem pretender construir um destino caprichoso. A verdadeira liberdade se apoia na responsabilidade consigo mesmo e com o todo, conectando-nos ao grande círculo ético da Criação, expressão de equilíbrio e justiça. Ao me sintonizar com a Criação, da qual faço parte, encontro meu verdadeiro querer e minha verdadeira liberdade. Só aí posso afirmar com convicção que sou eu quem define minhas próprias escolhas.