Ao estudar este tema, recordei de várias coisas, inclusive onde estava há trinta anos. Recordei-me até do local exato em que me encontrava enquanto dirigia para minha casa em SP. Recordo-me da quadra e do local exato, dos prédios e, principalmente, da sensação que tive ao ouvir novamente aquela frase no meu interno, que havia escutado pela primeira vez quatro anos antes. “Você está com 36 anos e ainda não aprendeu a viver?!”. 

O que essa frase queria dizer? Por que eu sentia esse desconforto? Eu tinha tudo o que sempre quis: uma família; filhas lindas, inteligentes e perfeitas; um marido e pai muito presente; irmãs; sobrinhos; alunos queridos e amados; casa; amigos; vizinhos e tudo mais. Não me faltava nada. Por que eu não sabia viver? O que estava faltando na minha vida? O que eu realmente não sabia? O que eu buscava? Na verdade, eu não sabia o que eu queria, nem para o que eu queria.

Hoje eu sei o que estava acontecendo naquela época. Compreendi por que aos 44 anos, quando comecei a estudar Logosofia. Essa ciência superior, aos poucos, foi ensinando o que ocorria dentro de mim. 

Precisei estudar os meus conceitos sobre crenças, preconceitos e, à medida que compreendia essa linguagem, superando essas crenças, deficiências, etc., fui compreendendo que aquele mal-estar, aquele desconforto, aquela sensação de não saber o que eu queria, chamava-se “a doença do vazio”.

Vazio de quê? De conhecimentos superiores e transcendentes, que me levariam ao entendimento de que o ser humano é um ser biopsiquicoespiritual. Eu conhecia o ser humano biológico — por ser professora de Ciências e Matemática, conhecia um pouco de psicologia, porque estudei na faculdade, mas ninguém me havia explicado o que é um ser espiritual.

Hoje compreendo que possuo um espírito, que é o elo entre o meu interno e o Criador. Aprendi a reconhecê-lo em suas manifestações não fenomenológicas, mas científicas, baseadas no estudo e na prática dos ensinamentos logosóficos, e na ajuda que Ele me proporciona.

Aprendi que posso viver uma vida diferenciada utilizando os resultados das experiências que realizo no dia a dia. Assim, obtenho conhecimentos que deposito na consciência e subo na espiral da evolução, adquirindo outros degraus de consciência e compreendendo cada vez mais o que é a Criação, Deus, o objetivo da vida neste planeta, de onde vim e para onde vou.

Esses conhecimentos de ordem transcendente iluminam a inteligência humana, enriquecendo-a com valores reais, e não fictícios, como os que eu estava acostumada a viver.

Descobri também, com esses estudos maravilhosos, que o espírito é a “alma de todo movimento”, e que é a partir desse movimento que surgem todos os atos do ser humano. Se esses atos estiverem ligados ao bem e ao amor aos semelhantes, à Criação e a Deus, certamente se irá trilhar pelos caminhos da evolução. Enfim, finalmente compreendi e posso comprovar na minha vida que o espírito é o elo entre mim e o Criador, que preenche todas as horas da minha vida e leva-me a amar a Deus e Sua Criação, e a querer compartilhar todo o bem recebido com meus semelhantes, cumprindo assim a Lei de Caridade, que nos leva a realizar o verdadeiro bem.

Há muito mais a descobrir, com certeza, e é com essa convicção que quero estudar cada vez mais, descobrir o que ainda não sei, superar-me e ser meu próprio redentor. Com esses conhecimentos, mudei minha percepção da própria vida, compreendendo qual a minha missão neste mundo e como a devo cumprir.