Vida

O Que Busca o Ser Humano Para Sua Vida

julho de 2020 - 3 min de leitura
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O Que Busca o Ser Humano Para Sua Vida

julho de 2020 - 3 min de leitura

Por que existem tantas desavenças entre as pessoas, e por que cada uma, estando fora de seu lugar, pretende estar em sua razão?

Quem na realidade é muito mais do que aparenta, trata sempre de não se distanciar demais do semelhante, para poder observá-lo bem e escutá-lo melhor. Dessa forma, o compreenderá, sendo lógico que uma boa compreensão já é um elemento de valor, é uma ajuda instantânea que o outro recebe, porque é sabido que quando um ser aflito expressa sua emoção e seu estado de ânimo a um semelhante, sente imediato alívio ao encontrar nele compreensão.

Neste jogo de movimentos mentais, é fácil ver como aparece sempre a parte negativa do ser, que é, ao mesmo tempo, sua própria negação e sua inimiga.

Cada um busca com insistência algo e, nessa busca, põe todo o seu empenho, suas energias, seus afãs e seus anseios. E o que é que busca? Ser mais feliz, possuir mais; em síntese: ser mais do que é. Porém, preocupado com tal busca, esquece constantemente o que ela deve significar para sua vida.

Se, por exemplo, alguém está com sua casa vazia e quer ocupar todos os seus espaços com móveis e adornos, é lógico que, cumprido esse desejo, deva sentir-se satisfeito e feliz. Pois bem, muitos passam a vida enchendo e esvaziando a própria casa: quando está vazia, imploram para que esteja cheia e, quando isso acontece, ficam saudosos dos tempos em que estava vazia, para voltar a sentir a aspiração de enchê-la.

Provaremos a verdade do expressado. Muitos não passaram a vida inutilmente; algo já possuem, uns mais, outros menos. Mas, se verificassem em sua mente, é certo que achariam nela muitas coisas esquecidas; possivelmente muitas dessas coisas são as que agora buscam com empenho conquistar, sem notar que já as têm há muito tempo.

O ensinamento logosófico, com sua força construtiva, busca despertar a consciência para que esta ilumine toda a vida interna do ser.

Se somos conscientes do que temos e nos sentimos felizes com essa posse, devemos cuidar para que nada nos afete e nem diminua em nós a consciência do que possuímos.

De modo que, se somos possuidores de uma parte de felicidade, por exemplo, não a esqueçamos em nenhum momento e, muito menos, não nos amarguremos com os pequenos incidentes da vida diária, que surgem ameaçando perturbar a calma de nosso espírito.

É preciso evitar sempre o ofuscamento, a obstinação e o descuido em que muitas vezes se incorre, por não prestarmos atenção ao que possuímos, pois, mesmo podendo desfrutar conscientemente essa parte feliz de que dispomos, tornamos a vida triste, amargurando-nos por coisas que deveriam ser observadas com serenidade, sem deixar, em momento algum, que penetrassem no ânimo para afetá-lo.

O ser que é consciente dessa parte de felicidade deverá antepô-la como uma couraça contra o mal em todos os instantes de sua vida.

Extraído de Introdução ao Conhecimento Logosófico, p.286


Um pensamento de

 Carlos Bernardo González Pecotche (Raumsol)
Carlos Bernardo González Pecotche, também conhecido pelo pseudônimo Raumsol, foi um pensador e humanista argentino, criador da Fundação Logosófica e da Logosofia, ciência por ela difundida. Nasceu em Buenos Aires, em 11 de agosto de 1901 e faleceu em 4 de abril de 1963. Autor de uma vasta bibliografia, pronunciou também inúmeras conferências e aulas. Demonstra sua técnica pedagógica excepcional por meio do método original da Logosofia, que ensina a desvendar os grandes enigmas da vida humana e universal. O legado de sua obra abre o caminho para uma nova cultura e o advento de uma nova civilização que ele denominou “civilização do espírito”.

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