Tempo

O mistério do tempo

junho de 2025 - 3 min de leitura
Tempo

O mistério do tempo

junho de 2025 - 3 min de leitura

Tic-tac, tic-tac… O tempo é um mistério que precisamos decifrar? Qual o significado do tempo?

Passa tempo, tic-tac, tic-tac, passa hora, chega logo, tic-tac, e vai-se embora. Para alguém que não conhece relógios analógicos e nem o poema de Vinícius de Morais, o exercício de imaginação demandará maior esforço e não contará com a familiar pitada da recordação. A cadência das palavras nos inocentes versinhos dá corpo e vida ao pulsar de um relógio que, ao marcar o tempo, registra a constância dos momentos que vivemos e dos que vão ficando instantaneamente para trás.

Podemos tomar o tempo como remédio e tratamento, por exemplo, quando, com seu poder curativo, acalma sofrimentos do corpo ou da alma. Pode ter mesmo o efeito de um bálsamo, sanando feridas. Os dias e os anos passam, o tempo passa, mas também passam as dores, e os infortúnios haverão de passar.

Tive a felicidade de conhecer meus avós e uma das bisavós, que viveram longas décadas. Sempre me impressionou pensar em tudo quanto eles tiveram oportunidade de assistir no campo das invenções ao final da vida e que não existia quase um século antes, quando nasceram. Eles foram testemunhas da criação e uso de uma infinidade de “modernidades” como o telefone, o avião e o automóvel, no caso da minha bisavó, nascida antes de 1900.

Estudando Logosofia, porém, pude refletir sobre outro aspecto: o do próprio tempo como testemunha. Isso mesmo, o tempo como testemunha de tudo quanto se deu na Criação, desde o início dos tempos. Pensando assim, fica mais fácil compreender que o tempo dos relógios foi uma criação do homem, com suas divisões de horas, minutos e segundos. Culturas diferentes em épocas diferentes possuíam marcadores diversos.

Como o tempo pode ser entendido como uma lei do universo?

O tempo passa igual para todos, nada o detém, e, quando o perdemos, temos a sensação de que perdemos parte da nossa vida, já que não pode ser recuperada.

Sinto que, quando vivo minha vida com mais consciência, o vivido perdura mais, não se esmaece com tanta facilidade.

Quando olhamos para o passado, o que nos marcou mais é o que nos vem mais facilmente à mente, não é mesmo?

O tempo é um mistério, uma incógnita. Tenho, porém, aprendido que podemos dilatá-lo, vivendo com consciência e intensidade os momentos da vida. Posso adiantar-me a ele, usando o conhecimento que vou adquirindo como uma espécie de atalho. Adiantando-me ao tempo, fazendo com antecedência o que quero fazer, o tempo chega e encontra-me mais tranquila e mais produtiva. Esse é um importante exercício que aprendemos na Logosofia — o da prática de “ser amigo do tempo”. Em contraposição, a vida que se passa na indiferença, deixando-se apenas levar, é como uma vida não vivida e pouco ou nada nos legará. É um tempo perdido! Compreendendo então que “tempo é vida”, o que eu posso fazer para viver a vida com mais consciência, enriquecendo-a para o meu próprio futuro?

Aprenda a aproveitar o tempo, cujo valor é tanto mais estimável quanto mais se compreende sua importância na vida. (Bases para sua conduta, p. 17)

 


Um pensamento de

 Raquel Tinoco Néris
Raquel Tinoco, servidora do TJMG, nasceu em Belo Horizonte, MG e cursou Direito na UFMG e Psicologia na PUCMG. Estuda e é docente de Logosofia em Belo Horizonte desde 2008.

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