Comportamento

Impulsividade: a implacável força psicológica que leva a agir sem medir as consequências

junho de 2024 - 3 min de leitura
Comportamento

Impulsividade: a implacável força psicológica que leva a agir sem medir as consequências

junho de 2024 - 3 min de leitura

A impulsividade é, em síntese, um pensamento impetuoso que provoca a reação imediata da mente ante qualquer incitação ou motivo que surja açulando-o. Em todos os casos se manifesta como ato irrefletido do indivíduo.

Esta deficiência atua de forma intempestiva, pois o arrebatamento mental que a caracteriza influi irresistivelmente sobre a vontade, obrigando-a a ceder.

O pensamento que a excita pareceria estar espreitando uma oportunidade para saltar como a cobra de pano encerrada na caixa de surpresa.

A impulsividade é, em síntese, um pensamento impetuoso que provoca a reação imediata da mente ante qualquer incitação ou motivo que surja açulando-o. Em todos os casos se manifesta como ato irrefletido do indivíduo.

Há circunstâncias em que ela configura um quadro psicológico contraditório, pois pessoas habitualmente serenas inesperadamente põem em evidência sinais inconfundíveis desta imperfeição, isto é, alteração do ânimo e consentimento ao desafogo mental.

Dissemos, em outra parte deste livro, que há deficiências que influem direta ou indiretamente sobre as demais, ora ativando-as, ora forçando-as a compartilhar sua intenção; uma delas é, precisamente, a impulsividade.

Tem muito a ver com a indiscrição, pois o impulso irrefletido leva, às vezes, a expressar o que se sente ou se pensa a respeito de pessoas, assuntos ou coisas, apesar do propósito que se tinha de mantê-lo em reserva. Também há circunstâncias em que a deficiência atua por causa de sua vinculação com a suscetibilidade, o orgulho, a presunção, etc.

Por sua peculiar índole arbitrária, a impulsividade altera continuamente a paz interior. Por outro lado, o impulsivo não mede as consequências dos impactos que produz no semelhante, e de seus desplantes surgem com frequência atitudes que destoam do trato exigido pela convivência, tanto dentro da órbita familiar como no meio social que frequenta, onde não são poucas as pessoas que se previnem contra ele.

Esta deficiência faz agir fora de hora, sem oportunidade, sem cálculo, sem medida, e do mesmo modo que afeta com sua manifestação as zonas mentais do indivíduo, influi, nos temperamentos emotivos, sobre a *região sensível.

* Ver Logosofia. Ciência e Método, do autor.

Percebe-se isso no choque emocional que impele o ser a identificar-se desmedidamente com a dor alheia. Em alguns casos, a exteriorização do ímpeto emotivo é tão acentuada que alcança contornos lamentáveis. Referimo-nos àquelas pessoas que, esquecendo seus deveres naturais, se deixam envolver em excesso por fatos que deveriam reclamar tão somente uma parte de sua comiseração.

Poucos são os seres humanos afetados pela impulsividade que têm cabal consciência de que ela é causa de muitos de seus infortúnios.

Deter-se com o propósito de impedir que suas insolências perturbem a tranquilidade interior ajudará a estabelecer o hábito da contenção, que significa nada menos que o domínio de uma reação, sempre arbitrária, com efeito deprimente sobre o ânimo.

Se temos deveras interesse em levar adiante esse propósito, começaremos por fazer um estudo da deficiência, anotando cada uma das circunstâncias que ocorram à recordação, para mostrar-nos como se manifesta nossa impulsividade e os efeitos negativos que produz. Em seguida, será posta em atividade a antideficiência, a qual, exercitada em todos os momentos, não tardará em nos dar prova de sua grande eficácia como elemento neutralizador da impulsividade.

O hábito da contenção floresce ao se debilitar a impulsividade, ou seja, quando se consegue imobilizá-la, impedindo-a de descarregar seus arrebatamentos.

Este texto foi retirado do livro “Deficiências e Propensões do ser humano”, que você pode baixar gratuitamente em PDF no link abaixo:

Deficiências e Propensões do Ser Humano

Deficiências e Propensões do Ser Humano

“As deficiências são também feras, feras mentais que não se conformam em devorar os pensamentos e projetos úteis que cada um armazena ou cultiva em seu campo mental. Seu afã de destruir – como acontece com o pessimismo, a obstinação, o descuido, a irritabilidade, a veemência, etc. – as induz a atentar contra os sentimentos […]

Ver mais

Um pensamento de

 Carlos Bernardo González Pecotche (Raumsol)
Carlos Bernardo González Pecotche, também conhecido pelo pseudônimo Raumsol, foi um pensador e humanista argentino, criador da Fundação Logosófica e da Logosofia, ciência por ela difundida. Nasceu em Buenos Aires, em 11 de agosto de 1901 e faleceu em 4 de abril de 1963. Autor de uma vasta bibliografia, pronunciou também inúmeras conferências e aulas. Demonstra sua técnica pedagógica excepcional por meio do método original da Logosofia, que ensina a desvendar os grandes enigmas da vida humana e universal. O legado de sua obra abre o caminho para uma nova cultura e o advento de uma nova civilização que ele denominou “civilização do espírito”.

Você também pode gostar

Comportamento

Quem sofre as consequências das minhas ações irrefletidas?

Uma reação impulsiva gera reflexos nas pessoas ao redor e deturpa a intenção de fala.

3 min
Comportamento

Palestra: A Arte da Convivência

Na palestra “A arte da convivência”, os estudantes de Logosofia Andrea Cristina Pereira e José Claudio Sant'Anna partem deste conceito para tratar o assunto e dividir conosco seus conhecimentos ...

1 min
Comportamento

Palestra: Educação de Filhos – Conhecimentos Essenciais

Nesta apresentação, Edson Tadeu mostra como os pais podem se capacitar para educar os filhos com mais acerto, avançando no conhecimento de si mesmos. Ele descreve alguns elementos que a Pedagogia L...