Aperfeiçoamento

Defesas mentais: verdadeiras protetoras da vida

outubro de 2025 - 4 min de leitura
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Defesas mentais: verdadeiras protetoras da vida

outubro de 2025 - 4 min de leitura

Sempre tive facilidade para absorver ideias, pensamentos e influências externas. Desde criança, percebia que bastava uma conversa, uma notícia ou uma opinião mais forte para abalar minhas certezas e gerar confusão interna. Mas foi somente ao estudar Logosofia que compreendi que esse fenômeno não era algo “normal”, muito menos uma capacidade positiva, e sim uma fraqueza mental – e que existia um caminho para superá-la: construir defesas mentais conscientes. Uma experiência, em especial, marcou meu entendimento sobre esse tema.

Certa vez, estava em viagem, sozinho, para visitar meus avós em Minas Gerais. Era um trajeto longo, saindo de Goiânia em direção a Patos de Minas, e eu havia me preparado para aproveitar esse tempo no carro como uma oportunidade de reflexão. Porém, após cerca de uma hora na estrada, comecei a sentir uma inquietação. Sem nenhuma razão concreta, uma sensação crescente de ansiedade foi tomando conta de mim. O coração acelerava. A mente, em turbilhão.

Identifiquei ali sinais claros de um pensamento estranho tentando dominar minha mente – pensamento sombrio, que insistia que aquela viagem era um erro, que algo ruim iria acontecer. No passado, eu teria sucumbido a esse tipo de pensamento. Mas, desta vez, havia uma diferença: eu estava preparado e capacitado. Com o auxílio do conhecimento logosófico, reconheci que aquele pensamento não era meu – era um pensamento alheio, com vontade própria. E mais do que isso: era um pensamento nocivo, que precisava ser afastado com firmeza.

Lembrei-me então do ensinamento logosófico que orienta a escolher um pensamento diretor para instituir a disciplina na mente. Consciente disso, selecionei um pensamento que me elevasse: “Estou fazendo essa viagem para fazer o bem – aos meus avós, a mim mesmo, à minha consciência. ” Concentrei-me nesse pensamento diversas vezes, colocando em movimento a reflexão, o que foi atraindo, gradualmente, pensamentos positivos. E, pouco a pouco, senti uma mudança: a ansiedade se acalmava, a serenidade retornava.

Aquela experiência me mostrou, na prática, que a mente pode e deve ser protegida pelos batalhões de pensamentos positivos, e que sou responsável por esse cuidado. Comprovei a vantagem de criar e praticar as defesas mentais. Aprendi que elas devem  tornar-se muros intransponíveis, construídos com base em conhecimento verdadeiro, atenção contínua e propósitos firmes. Quando bem estruturadas, impedem a entrada de pensamentos destrutivos e preservam a paz interna do ser.

Essa proteção, no entanto, não nasce do acaso. É preciso:

  • Estudar os próprios pensamentos com sinceridade;
  • Identificar as portas abertas à influência externa (como a vaidade, o temor, a dúvida);
  • Reforçar os conceitos que já foram assimilados com base na experiência;
  • Nutrir a mente com pensamentos elevados e construtivos.

Em resumo, é preciso pensar com consciência e viver com atenção constante.

Hoje, consigo perceber com mais nitidez quando um pensamento não me pertence. Em vez de me deixar levar por ele, posso observá-lo, analisá-lo e, se necessário, afastá-lo. Isso traz uma sensação de liberdade e domínio que eu nunca havia experimentado antes.

A Logosofia me ensinou que a mente é um templo sagrado, que deve ser cuidado com o mesmo zelo que dedicamos ao corpo ou ao lar. É nela que se gesta e organiza o meu futuro. Por isso, defender a mente é defender o próprio destino. Compreendi também que proteger minha mente não significa fechá-la para o mundo, mas justamente ter clareza sobre o que pode ser útil ou não, observando e escolhendo com consciência. E mais: quando estou mentalmente equilibrado, posso irradiar serenidade, clareza e estímulo aos que me cercam — seja como pai, como esposo, como profissional ou como amigo.

Se muitos dos males da humanidade nascem da ignorância e da confusão mental, que transformação seria possível se cada ser passasse a proteger sua mente como um verdadeiro templo? Que nova civilização poderia surgir, fundada não na imposição externa, mas na consciência individual? Faça, estimado leitor, estas perguntas a si mesmo e observe, surgindo em você, respostas luminosas!

Não se deverá esquecer que as debilidades humanas contribuem para tornar mais crítica a vulnerabilidade mental. Impõe-se, pois, o fortalecimento da vida, alertando os pensamentos que obedecem a convicções conscientes e profundas, para que constituam uma muralha intransponível, protegendo-se daqueles outros que atentam contra a paz e a segurança internas. É necessário adestrar-se no exercício dessas atitudes, que a vontade haverá de reforçar em cada caso, a fim de poder ampliar, sem limitações, o campo da liberdade individual.

Um pensamento de

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