Estou sempre me perguntando o que tenho feito do tempo e, é claro que não estou falando dos segundos, dos minutos, das horas que os relógios vão marcando em uma constância interminável. A sensação é de que, esse instrumento criado pelo homem está tentando prender o tempo em pequenos trechos vividos, o que provoca uma reação de falta de liberdade em todos os sentidos, até para pensarmos.

O tempo marcado desta maneira passa a ser físico e sabemos que, em vez de estarmos prendendo o tempo com estas marcações do relógio, é ele que está nos prendendo, nos angustiando, nos pressionando, quando nos diz que não temos tempo, que estamos atrasados e quando uma preocupação nos atormenta.

Tudo isso faz surgir a impaciência cobrando por mais tempo e trazendo com ela a intolerância que reclama de erros cometidos pelas atitudes apressadas.

De vez em quando, faço as coisas apressadamente, talvez para me livrar logo delas, principalmente, quando é algo que não gosto de fazer. Em outras ocasiões, fico um tempo enorme, esqueço das horas ao fazer alguma coisa de que gosto. Aqui, acende uma luz, me alertando que devo administrar esse tempo, como administro outras coisas até mesmo aquelas que são menos importantes na minha vida.

Devido a todas essas observações sobre a minha relação com o tempo, tenho praticado um conceito logosófico que ressalta o enorme valor do tempo apresentando-o como “a essência oculta da vida: é a própria vida em todo o seu percurso.” Tenho procurado, então, não perdê-lo, não matá-lo, não deixá-lo passar, porque o tempo não aproveitado é vida que se vai sem ter sido vivida em sua plenitude.

Com a prática dos ensinamentos de González Pecothe, criador da Logosofia, estou aprendendo a viver conscientemente fazendo com que meu tempo seja empregado naquilo que possa servir aos fins de minha evolução.

O tempo mais bem aproveitado para o espírito é aquele que o ser físico ocupa em sua evolução consciente. Ter consciência do tempo que se vive nos domínios do saber significa haver transcendido a escravidão a que é submetido o homem em sua ignorância. González Pecotch