Tenho compreendido que os seres humanos possuem várias vidas e, dentre elas, uma vida espiritual.  

E o que tenho feito pela minha vida espiritual? 

Essa é uma pergunta, porém surgiram outras e outras… 

Vale a pena viver por viver, sem saber o valor da vida? Sem saber que possuo uma vida espiritual, que pode ser ampliada por conhecimentos, e que essa mesma vida pode se constituir em um campo experimental? Que posso ir buscando as diferenças entre uma vida fecunda e uma estéril, entre uma vida altruísta e uma egoísta? 

Certamente não é fácil ampliar a vida espiritual e não é de um dia para outro que a forjamos. Há de ter uma compreensão do que é a vida em si mesma, a missão do homem na Terra, a compreensão do que aconteceu, acontece e acontecerá. E isso faz toda a diferença no sentido e na felicidade de viver.  

Com os conhecimentos logosóficos vou acalmando as inquietudes ilógicas, provenientes do campo da ilusão, e promovendo inquietudes lógicas. Ao mesmo tempo, vou anulando aspirações insensatas e despertando aspirações sensatas: aquelas que posso, com meu esforço, alcançar. 

Outro dia, indo para meu trabalho, pude escutar num programa de rádio um debate entre uma turma de amigos. 

Conversavam, a princípio descontraídos, mas, à medida que a roda de amigos aumentava, ia crescendo o tema e o tom das manifestações. Cada um queria acrescentar algo a mais para se sobressair em conceitos mais corretos segundo o que entendiam ser “o verdadeiro sentido da vida”. 

Um outro integrante disse: “O sentido da vida é: comer, beber e dormir.” Aludiu a um slogan famoso, dizendo que iria  enriquecê-lo e afirmando em alto e bom som: “Vou corrigir este slogan! O verdadeiro sentido da vida é : Comer com a família, beber com os amigos e dormir com quem você ama”. O outro amigo, que o ouvia, retrucou: “Assim a vida fica sem graça”. Riram muito! 

Insatisfeito com a manifestação, retrucou o outro ser: 

“Uma vida boa deveria ser compartilhada com familiares, amigos, algumas pessoas por quem temos amor. Parece egoísmo centrar-se apenas em interesses próprios. Talvez, para dar sentido à vida, deveríamos, além de comer com a família, beber com os amigos e dormir com quem amamos, considerar e acrescentar aspectos além dos próprios interesses. Por exemplo: não fazer mal, ou seja, sermos pessoas boas, justas, e contribuir  com a sociedade, com o universo à nossa volta. Devemos sim, procurar viver bem, sendo bons cidadãos, seguindo as leis, pagando impostos, contribuindo ativamente na sociedade,  grupos de ajuda, etc. Assim, pode-se colaborar para um futuro melhor para a humanidade…” 

Enquanto eu ouvia aquela conversa, refletia sobre a importância de construir um verdadeiro conceito da vida. A maioria das pessoas vive suas vidas sem dar a devida importância a essa oportunidade, vivem uma vida descuidada, alheios à vida espiritual, a essa possibilidade de compreender essa parte de Deus em nós, e isso somente se conquista quando é o espírito que guia o físico, dirigindo pensamentos, condutas, tornando-nos donos do nosso próprio pensar. 

O sentido da vida amplia-se quando buscamos ser melhores a cada dia. 

Chegando ao estacionamento, desliguei o rádio, mas não me desliguei das reflexões surgidas daquela conversa…