Nas últimas semanas, folheando uma dessas revistas semanais de grande circulação, me deparei com muitas reportagens e dos mais diversos temas: política, religião, mercado de trabalho, comportamento, esporte; enfim, assuntos que estão povoando as mentes e as conversas de todos nós. À medida que lia as reportagens, observei que em praticamente todas havia um ponto em comum – o pensamento da intolerância.

Não se tratava apenas de abordar ideias diferentes sobre um mesmo assunto. O que estava em destaque eram as críticas ao modo diferente de pensar do outro, rechaçando pontos de vista que iam contra um modo que se dizia ser o correto.

Pensando no grande número de pessoas que tinham acesso àqueles textos, devido à grande projeção da revista, fiquei refletindo:

· Como aqueles pensamentos de intolerância poderiam influenciar e até mesmo determinar o comportamento dos indivíduos?

· Será que a leitura de uma simples reportagem é capaz de motivar as minhas atuações?

· Quantas vezes tenho sido intolerante com as ideias e as ações do outro?

· Como me defender desse efeito nocivo?

Sempre quis saber o que se passa dentro de minha mente e como se processam esses pensamentos que muitas vezes parecem atuar sem a intervenção da minha vontade.

Se não quero ser uma pessoa intolerante, e se sei que esse pensamento não faz bem para a minha vida, interferindo na convivência com os demais, por que constantemente percebo que é ele quem está no comando?

Descobri que os pensamentos são gerados na mente humana, na qual se desenvolvem e ainda alcançam vida própria. Tudo começava a ficar mais claro! Minhas reações de intolerância eram (e são) causadas, então, por pensamentos que invadem minha mente e se dispõem dela para sua livre ação.

Percebi que era possível agir diferente! Não por um mero acaso ou circunstância, mas sim pelo conhecimento e pela seleção dos pensamentos que habitam a minha mente. Que conhecimento transformador!

Passei então a ficar muito atenta aos meus movimentos mentais, observando minhas reações ou alguma mudança repentina de comportamento. Se alguma situação me irritava ou incomodava, procurava logo entender o que a estava causando. Será que era um pensamento de intolerância a algo de que eu discordava?

Fui avançando aos poucos em minha busca por melhores atuações, já conseguindo identificar os pensamentos que transitavam em meu recinto mental. Precisava, portanto, seguir em frente!

Passei a observar mais minhas atuações em casa, no trabalho, com familiares e amigos. Todas as situações e ambientes se transformavam em rico material para minha investigação. Com o olhar mais atento, pequenas vivências do dia a dia me ofereciam a oportunidade agora de selecionar meus pensamentos, oferecendo-me também a oportunidade de escolher como eu atuaria.

Quanta alegria e liberdade fui incorporando em minha vida!

Comecei a fazer pequenos registros dos momentos em que observava alguma variação no meu pensar ou sentir. E por meio desses registros conseguia perceber e analisar como e quanto a atuação dos pensamentos estava interferindo em minha vida.

Sentia-me estimulada e cheia de forças para manter-me vigilante, numa prática constante de superação. Afinal, estava começando a empreender o mais importante dos trabalhos: o de governar minha própria vida!