Fiquei muito surpresa quando minha filha de 14 anos me perguntou: Para que viver? Essa pergunta, partindo dela que tem como uma de suas grandes virtudes a alegria, realmente me inquietou.

Atenta à situação, percebi que aquela pergunta tinha um quê de angústia, e até sua fisionomia demonstrava tristeza. O que lhe estava causando tanto desconforto? Que pensamentos a estavam incomodando? Como, e o que fazer para ajudá-la?

Sutilmente perguntei-lhe se estava tudo bem na família. E com os amigos? E na escola? Pelas respostas, pude identificar que todo aquele sofrimento era devido a um problema de convivência na escola. Problema esse que para ela era grande demais e que estava tomando uma dimensão quase maior que a própria vida. Sabia que eu não deveria oferecer soluções para sanar aquela dúvida inicial, mas senti que precisava mostrar a ela o quanto a vida era maior do que aquele problema, para ajudá-la a lhe dar a devida importância. Ao mesmo tempo, devia respeitar a maneira como ela estava vendo aquela dificuldade.

Com muito carinho, disse-lhe como ela era importante para nossa família. Recordei que sua chegada ao nosso lar foi uma das maiores alegrias que eu havia sentido na minha vida, e como era grata por tê-la como filha! Perguntei se sabia como ela era importante para sua família e para seus amigos. Recordamos de algumas vivências nas quais ela ajudou um amigo, um colega, o seu irmão… Com essas ternas recordações, foi surgindo um leve sorriso, parecendo ter compreendido que a vida era bem maior do que o problema que ela estava vivendo.

O uso da Logosofia na solução de problemas

Aproveitando-me desses momentos, fui pontuando algumas dificuldades que ela já havia superado, e como esse esforço tornara sua vida mais fecunda e feliz. Recordamos que temos uma mente maravilhosa que nos possibilita refletir, observar, consentir, pensar, mudar, e que, com a colaboração da sensibilidade, podemos enfrentar com muita valentia os desafios que surgem na vida.

Por fim, pensamos juntas algumas possíveis soluções para aquele problema que lhe afligia. Pude ver na sua fisionomia, agora mais serena, brotar nos lábios e no olhar a expressão de alegria. Senti-me feliz por poder estar ali, comprovando nessa pequena vivência que, ao não julgá-la, mas sim esforçando-me por compreendê-la, nós nos aproximamos mais e fortalecemos nossos vínculos.

Senti uma imensa gratidão, pois sei que muitas atitudes sensatas como esta são devidas ao meu empenho nos estudos que tenho realizado na Ciência Logosófica. Esta ciência tem me possibilitado conhecer o meu mundo interno, os pensamentos que habitam nele e a atuar com os melhores, bloqueando a atuação de pensamentos negativos que me impedem de agir com bondade comigo mesma e com o semelhante.