Ocorre freqüentemente que, quando uma pessoa lê os estudos de Logosofia que aparecem nesta revista, ou escuta o que alguém lhe informa sobre a importância e transcendência deles, manifesta seu temor de que esses estudos a afastem de suas ocupações habituais e lhe roubem o tempo de que necessita para suas distrações, etc.

Não pecaríamos por excesso se disséssemos que consideramos essa apreciação totalmente infundada. Em primeiro lugar, ninguém pode julgar uma coisa por uma simples leitura ou por impressões de outros, nem estabelecer comparações ou fazer discriminações sobre o que ignora ou, melhor dizendo, sobre o que não é de seu conhecimento; em segundo lugar, não se deve esquecer que muito poucos são os que distribuem seu tempo eficientemente.

Comumente, todos têm falta de tempo, porque não sabem organizar as atividades de suas mentes, empregando muitas vezes horas, e até dias, naquilo que se pode fazer em breves instantes. A Logosofia, precisamente entre as múltiplas coisas que ensina, adestra o homem para saber aproveitar o tempo e dispor dele com grandes vantagens para sua vida.

Temos numerosos casos de pessoas, por exemplo, que, ao começarem os estudos logosóficos, não tinham maior disponibilidade de tempo para dedicar a eles, e, após um breve período, para sua grande surpresa, este lhes sobrava em abundância.

É que esta ciência, ao dar a conhecer como atua o mecanismo mental e a atividade e influência que os pensamentos têm nele, abre para o ser as portas de uma de suas maiores conquistas, permitindo-lhe o livre movimento de suas funções mentais, em correspondência com uma evolução sempre crescente, que o conduzirá rumo a uma inteira superação.

A Logosofia é o melhor e mais eficaz auxiliar para o conhecimento do ser em todas as situações da vida, visto que começa por aliviar o peso das preocupações, por evitar o prolongamento de estados mentais inférteis, provocados por problemas não resolvidos, e por eliminar os mil motivos que enredam o pensamento, obrigando o homem a atender deficientemente suas ocupações, e até fazendo com que ele viva uma existência amarga, cheia de inquietações e sobressaltos.


Carlos Bernardo González Pecotche, também conhecido pelo pseudônimo Raumsol, foi um pensador e humanista argentino, criador da Fundação Logosófica e da Logosofia, ciência por ela difundida. Nasceu em Buenos Aires, em 11 de agosto de 1901 e faleceu em 4 de abril de 1963. Autor de uma vasta bibliografia, pronunciou também inúmeras conferências e aulas. Demonstra sua técnica pedagógica excepcional por meio do método original da Logosofia, que ensina a desvendar os grandes enigmas da vida humana e universal. O legado de sua obra abre o caminho para uma nova cultura e o advento de uma nova civilização que ele denominou “civilização do espírito”.