A vida nos apresenta situações e mudanças às quais podemos nos adaptar por vontade própria. Assim, quando encontrei os conhecimentos logosóficos, formulei a mim mesmo promessas de mudar meu modo de ser. Tomei, então, a decisão de fazer um trabalho de reforma interna, entrando em uma área que a Logosofia domina, e que revela que tenho amplas possibilidades e prerrogativas muito superiores àquelas que encontramos espalhadas por todos os cantos do mundo.

É claro que logo percebi que uma mudança desse quilate não é algo simples. Eu precisaria fortalecer minha vontade e meu querer, praticando os ensinamentos logosóficos, de modo que minha consciência pudesse reter os conhecimentos necessários para iniciar um processo gradual de mudança na minha maneira de ser, no meu caráter e, até mesmo, no meu modo de pensar e sentir.

Atendendo a essas indicações de González Pecotche, criador da Logosofia, dei-me conta de que todo esse esforço está sendo recompensado pela sensação que tenho de estar abrindo caminho para que minha vida seja governada por esse novo indivíduo que está surgindo em mim, adaptável a todas as mudanças.

Comecei a experimentar a maior mudança na minha vida, proporcionada pelo resultado da aplicação do ensinamento na minha maneira de pensar. Constatei que eu não sabia pensar e que eu não pensava; o que predominava na minha mente eram os pensamentos da velha cultura, tão presentes na minha formação, todos muito úteis para a vida prática e material, sem acrescentar, porém, um único grão de areia à minha formação interna e desenvolvimento espiritual.

Esta é uma mudança que exige de mim uma adaptação gradual a um pensar profundo e sereno, que vai além do pensar utilitário comum — um pensar que estou aprendendo a ter, à medida em que realizo o processo de evolução consciente.

Tudo isso me levou a pensar na mudança que vem ocorrendo também no meu sentir, ao aplicar cada ensinamento logosófico à minha vida, tornando-o familiar e adotando-o como legítimo integrante do meu mundo interno.

Quando voltei minha visão para o meu interno, compreendi que eu tinha um sistema sensível que criava sentimentos através da faculdade de sentir. Fui, então, em busca dos meus sentimentos e encontrei vários deles, dentre os quais destaco aquele que me proporcionou a mais bela das mudanças: a gratidão por tudo que faço, por quem me ensina a amar e valorizar toda a Criação e ao meu Criador.

Essas mudanças se tornam reais quando atendemos a exigência de nos transportarmos decidida e definitivamente para uma nova posição, seguindo os ditames da Lei de Câmbios, que vim a conhecer por meio dos ensinamentos logosóficos.

E por que é necessário que as mudanças, ou seja, os câmbios se tornem reais? Porque é muito comum que, depois de nos mantermos em uma posição que acreditamos que seria permanente e imodificável, comecemos a nos comportar exatamente como antes, e a nos colocarmos mal nisso e naquilo, exatamente como fazíamos na antiga forma de vida — uma conduta provocada, talvez, por um pensamento de obstinação ou por esquecimento dos nossos deveres para com a nova posição alcançada e assumida.

As mudanças ocorrem a todo instante, e venho procurando observar mais tudo que ocorre à minha volta, para que eu possa aproveitar a oportunidade de absorver os ensinamentos que cada ocorrência apresenta, aumentando, com isso, minha consciência.

O homem deve ser consciente das mudanças favoráveis experimentadas dia após dia por seu próprio conteúdo moral, psicológico e espiritual, bem como do aumento de sua capacidade consciente para compreender que pode ampliar indefinidamente sua vida. González Pecotche